Em julho, Caxias apresentou o primeiro saldo positivo de contratações desde o início da pandemia. Apesar disso, a abertura de 6 vagas naquele mês, no saldo positivo entre admissões e demissões, não necessariamente simbolizava o início da recuperação do mercado de trabalho local. Em agosto, entretanto, o município teve o primeiro sinal de esperança, com a geração de 411 postos de trabalho. O número representa o saldo entre o total de admissões no período (4.468) contra o volume de demissões (4.057). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, atualizado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério da Economia.
_ (Esses números) nos dão esperança de que consigamos fechar o ano com resultados "menos piores" do que estimávamos _ avalia a economista Maria Carolina Gullo.
Entre os três principais setores, a indústria, que já havia apresentado saldo positivo de 267 em julho, novamente se destacou, abrindo 341 vagas no mês de agosto.
_ Uma parte dessa recuperação está atrelada às exportações, a outra, ao bom desempenho do agronegócio, o que permite a eles (produtores) fazer investimentos, comprar máquinas novas, e aí movimenta toda a cadeia produtiva que vende para o agronegócio. E parte do setor metalmecânico de Caxias faz parte dessa grande cadeia produtiva de máquinas e implementos agrícolas _ ressalta Gullo.
Comércio e serviços também tiveram saldos positivos, embora não em grande número. Comércio registrou geração de 61 vagas e serviços, de 12.
_ A indústria está com recuperação mais consolidada, há várias empresas com carteiras de pedidos até fevereiro. No caso do comércio, embora seja pouco, o setor já demonstra que contrata para o final do ano, para o Dia das Crianças e a Black Friday. E serviços, que era o setor que estava mais prejudicado, aponta perspectiva de melhora ao longo dos últimos meses do ano _ analisa a economista.
Apesar dos números positivos, no acumulado do ano, Caxias contabiliza o fechamento de 6.594 postos de trabalho.
Longo caminho até recuperação
Num cenário de perspectivas desoladoras, sinais de retomada antes do último trimestre e em plena pandemia servem quase de alento, não fosse o longo percurso até a recuperação do estado crítico do mercado de trabalho. No acumulado do ano, as baixas já são de 6.594 postos, sendo a maior parte da contribuição desse saldo negativo originada no período do coronavírus. Entre março e agosto, foram perdidas 9.262 vagas.
_ Não acredito que recuperemos todos esses postos este ano. Teremos contratações ainda, agora, se esses empregos serão mais permanentes ou temporários, vai depender da força desta retomada _ pondera a economista Maria Carolina Gullo.
Abril continua sendo o mês de pior desempenho, quando foi registrado o fechamento de 7.001 postos.
NA PANDEMIA
Mês Admissões Desligamentos Saldo
Março 5.393 6.138 -745
Abril +1.734 7.001 -5.267
Maio 2.067 5.056 -2.989
Junho 2.878 3.556 -678
Julho 3.633 3.627 +6
Agosto 4.468 4.057 +411
Total 20.173 29.435 -9.262
ACUMULADO DO ANO
Admissões 33.627
Demissões 40.221
Saldo -6.594
AGOSTO
Setor Admissões Demissões Saldo
Indústria 1.942 1.601 +341
Comércio 960 899 +61
Serviços 1.405 1.393 +12
Construção 142 149 -7
Agropecuária 19 15 +4
Total 4.468 4.057 +411
OUTROS MUNICÍPIOS
(AGOSTO)
Município Admissões Demissões Saldo
Bento Gonçalves 1.491 1.153 338
Farroupilha 999 651 348
Vacaria 1.022 748 274
Leia também
Empresa de Garibaldi fabrica equipamentos para armazenar as doses da vacina CoronaVac
Caxias ganha empreendimento que lava o carro enquanto o cliente vai ao mercado