O principal campeonato de futsal do Brasil inicia nesta sexta-feira (22). A Liga Nacional é a grande obsessão da ACBF nas últimas temporadas e a equipe de Carlos Barbosa chega renovada para buscar retomar um título que não vem desde 2015. O primeiro compromisso será às 20h, diante do Blumenau, em Santa Catarina.
Será a segunda temporada de André Bié no comando do time. Porém, diferentemente do que aconteceu em 2023, desta vez o treinador teve participação direta na formação do elenco. E esse fator é considerado fundamental pelo comandante para o sucesso nas competições que o grupo terá pela frente.
— No ano passado, era uma equipe que treinava demais, muito séria no que fazia, porém não foi eu que montei a equipe. Gosto de jogadores criativos, jogadores leves, que improvisam a todo o tempo. Foi isso que eu tentei fazer e tentei moldar nossa equipe para esse tipo de trabalho neste ano — explicou Bié em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
São 24 equipes na disputa de mais uma edição da LNF. Dessas, apenas nove conhecem o gosto do título, que em 2023 ficou nas mãos do Atlântico. O time de Erechim, depois de bater na trave outras vezes, faturou a inédita conquista. O maior campeão segue sendo a ACBF, com cinco títulos. Quatro foram conquistados na mesma década: 2001, 2004, 2006 e 2009. O último foi em 2015. O jejum é uma pressão a mais para o grupo laranja nas últimas temporadas.
— Talvez isso tenha que ser deixado de lado. Tirando essa responsabilidade das costas, foi assim que conquistei alguns títulos na minha carreira. Cada vez que você pressiona mais, menos conquistas você tem. Sou um treinador que tento tirar esse peso do vestiário, e penso passo a passo, treino a treino, para que a gente tenha um futuro melhor ali na frente, na questão de títulos. É claro que nós, profissionais da ACBF, queremos sempre conquistar e estamos aqui para isso — projetou o treinador.
Pré-temporada
A preparação da ACBF para a Liga Nacional teve 10 jogos, que incluíram amistosos contra Joinville e Assoeva, a Copa Lages e a Supercopa Gramado.
— Os números foram bons, atuações boas, minutagens para os atletas. Nós mudamos bastante a equipe, mudamos dez jogadores, isso leva tempo. De dez jogos são seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Agora, esta semana foi direcionada para tirar a carga dos jogadores, para que possamos ter uma estreia convincente, competitiva. Chegamos de viagem, descansamos dois dias e já seguimos com bola parada para preparar nossos jogadores — detalhou André Bié.
Mesmo com uma reformulação significativa do grupo de jogadores e a perspectiva de um desempenho melhor nos jogos decisivos da temporada, André Bié deixa claro que não existe uma fórmula pronta para que a ACBF volta a ser campeã nacional:
— Não tem uma receita de bolo. Não tem como eu dizer o que está faltando, na verdade é o que eu sempre peço para os atletas. Deixem o melhor dentro de quadra, querendo ganhar o tempo todo, para que assim as conquistas cheguem. Se o maior investimento não sabe se vai ganhar, imagina o nosso, que é o quarto ou quinto investimento.
Maior investimento
A ACBF mudou significativamente a fotografia do seu grupo para 2024. Nomes que já vinham atuando há algumas temporadas no time, como Pedro Rei e Murilo, encerraram seus ciclos. Apenas sete atletas permaneceram em relação à última temporada: os goleiros Ryan e Pedro Bianchini, os fixos Daniel Ferreira e Fernando, e os alas Bruno Iacovino, Mithyuê e Léo Gil. Desses, Daniel pouco atuou com a camisa laranja, já que sofreu uma grave lesão no começo de 2023.
Nas contratações, uma mescla de atletas experientes e jovens promessas do futsal brasileiro. Destaque para os alas Caio, Neto e Renatinho, e o pivô Barbosinha, quarto principal artilheiro da última LNF pelo Praia Clube.
— Houve um aumento no investimento, em torno de 20% a mais do que nós já tínhamos. Aí houve a reformulação do grupo. São jogadores que já trabalharam comigo em outras instituições, são jogadores vencedores, que venceram em outros trabalhos comigo. Então, a confiança é plena nesses jogadores que foram contratados — destacou o técnico André Bié.
O modelo de disputa da LNF será diferente para este ano. Serão 24 clubes jogando em turno único, com os 16 melhores se classificando para os playoffs. Os quatro piores, considerando a somatória da pontuação do ranking criado em 2023, são rebaixadas para a Liga de Acesso em 2025. Dessa forma, no próximo ano, a liga passará a ter 20 clubes.
— Com certeza aumenta a competitividade. É mais um diferencial que a competição pede. Se eu não competir em excelência, vou ficar lá embaixo e posso ser rebaixado. A dificuldade é sempre a mesma, ser intenso, competir em excelência todo o jogo e encarar todo jogo como se fosse uma final de campeonato. É dessa forma que a gente pode chegar lá no final do ano e ser campeão — projeta Bié.
ELENCO
:: Goleiros: Ryan, Pedro Bianchini e Vandeson
:: Fixos: Daniel Ferreira, Fernando e Xitão
:: Alas-direito: Mithyuê, Caio, Alves, Samuel e Marcola
:: Alas-esquerdo: Bruno Iacovino, Neto, Renatinho e Léo Gil
:: Pivôs: Malcom, Jonas e Barbosinha