O destino colocou o Juventude na vida de um fanático. Sua família não nasceu em Caxias do Sul, mas em Rio Pardo. Seu pai, Sergio Granada, chegou a cidade nos anos 70 e abraçou o Juventude como seu time. Em 1994, levou o filho pela primeira vez ao Estádio Alfredo Jaconi, aos sete anos. O personagem dos Histórias de torcedor, nesta semana, é Gregorio Granada, hoje com 32 anos.
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— Me lembro do jogo do acesso para a Série A, contra o Goiás, dos gols, alguns flashs, mas não tenho uma lembrança muito consolidada em detalhes. Acredito que esse ano de 94 foi muito importante, pois formou uma enorme geração de torcedor do Juventude. Essa galera que, por exemplo, agora, tem 28, 29, 30 até os 40 anos, boa parte se formou nesse ano, por isso eu considero esse ano muito importante — relembra o torcedor.
Gregorio começou a torcer pelo Juventude, portanto, em 1994. Neste ano, o Ju foi campeão da Série B e conseguiu o acesso para a elite do futebol brasileiro. Cinco anos depois, o momento mais importante da história do clube: o título da Copa do Brasil em 1999. Aos 12 anos, lá estava Gregorio no Maracanã com seu pai para torcer e testemunhar um momento que jamais será esquecido por qualquer jaconero.
— Mais uma vez, agradeço muito ao meu pai, Seu Granada, por eu ser de menor, abraçou a causa e me levou para o Rio de Janeiro. Lembranças que eu sempre cito, que chega até a ser um pouco clichê, mas como é a maior conquista do clube: muitos e muitos ônibus, fileiras e fileiras de ônibus para irmos até o Rio de Janeiro, a chegada em Copacabana, aquela multidão alviverde, o jogo sofrido, 0 a 0, o título da Copa do Brasil e o retorno. Muito marcante o retorno para Caxias do Sul, a cidade parou não só para receber os jogadores, que chegaram antes de avião, toda aquela história. Mas também parou para receber a torcida. Então, a recepção da torcida foi muito marcante, entrando pela Avenida Itália, subindo a Sinimbu, aquela cidade parando para receber a galera que tinha ido para o Maracanã, chama muito a atenção — disse Gregorio.
Presente no título de 1994 na Série B, na conquista da Copa do Brasil em 1999, Gregorio também esteve no Beira-Rio um ano antes para acompanhar o título gaúcho do Juventude contra o Inter. Lembranças de um torcedor que começou a acompanhar o clube do coração, justamente no momento mais vitorioso da sua história.
— Lembro que por ser na infância, me marcou muito estar no anel superior do Beira-Rio, que era alto, aquela coisa de grandeza, quando a gente é criança. Tu tem dimensão de grandeza e principalmente a quantidade de torcida do Juventude que tinha. Se eu não me engano, foram 7 a 8 mil torcedores. Então, aquela quantidade de torcedores alviverdes, foi o que mais me marcou na conquista do Gauchão. E também por ser uma grande conquista, a primeira grande conquista do clube, com exceção do Acesso. A gente quando é criança, não tem uma dimensão tão grande, quanto a títulos, mas então o que fica desse jogo, é a quantidade de torcida do Juventude, no Beira-Rio — completou Gregorio Granada.
Amizades
A geração de torcedores, como Gregorio, foi formada nas grandes conquistas do clube. O acesso à Série A, o título da Copa do Brasil e a taça de Campeão Gaúcho. Durante esse tempo acompanhando o Juventude são muitas histórias e viagens para todo o Brasil, por todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo. Tudo pelo amor ao clube do coração.
— Minha principal história é ser juventudista, é estar com os amigos que eu valorizo muito, a amizade de pré-jogo. A gente tem uma turma grande, para tomar uma cerveja, se divertir, assistir o jogo, viajar junto, assistir o jogo em casa quando a gente não pode estar presente, se estressar no pós-jogo quando perde, comemorar no pós-jogo, quando ganha. Então, eu gosto de valorizar cada jogo, cada história que é construída numa história como um todo: ser juventudista. É muito fácil escolher só uma história, mas são muitas — analisou.
Em virtude da pandemia, Gregorio e milhares de jaconeros estão afastados dos jogos do Juventude no estádio. Os jogos são sem público, então a torcida é pelo Rádio ou pela TV, longe do time e dos amigos.
— Não tá sendo fácil, a gente entende que é necessário, mas não é fácil, principalmente, a valorização às amizades construídas na arquibancada do Alfredo Jaconi, do pré-jogo. A gente sente muita saudade de estar junto, torcendo pelo Juventude, nas boas e nas ruins. Mantemos contato constantemente via whatsapp, para comentar sobre o time, sobre essa saudade de estar presente na nossa casa. Mas a gente sabe que o importante é todo mundo sair bem, com saúde, para logo a gente possa estar junto novamente nessa família alviverde, torcendo pelo nosso clube do coração — finalizou.
Perfil de torcedor:
Nome completo: Gregorio Granada
Idade: 32 anos
Um Jogo marcante do Ju: Botafogo 0 a 0, no Maracanã, em 1999
Um ídolo do Ju: Laurinho
Um gol do Ju: Os 4 a 0 na semifinal da Copa do Brasil, lá no Beira-Rio, em 1999
Por que torce pelo teu clube: Por ser um sentimento de infância
Qual o primeiro jogo no estádio? Jogo do acesso em 1994
Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? Curva Sul e na Norte
Costuma assistir os jogos com quem? Com os amigos do pré-jogo e JAHconeros
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