Sabe aqueles dias em que você já acorda cansado? Sair da cama é um sacrifício. O tempo passa, a culpa se instala. Aí você, que se considera muito responsável, força o torpor do desânimo, aciona um piloto automático e se entrega aos ritos do cotidiano. Mas, a toda hora, uma voz vinda de dentro vai informar: você está triste, certamente melancólico, talvez até deprimido. Claro, esse não é o seu normal, você não é assim. Ao ver outro na mesma situação, você sempre se apressou em tentar puxá-lo para cima: vamos, reaja, não se entregue, tudo isso vai passar. Só que agora essa energia lhe falta – ah, casa de ferreiro, espeto de pau! E você amarga mais esse fracasso de não conseguir praticar o que prega. Nessa hora, é quando você sente fisgar na alma a ferida maior da condição humana: em algum nível, somos todos vulneráveis.
Opinião
Nivaldo Pereira: quem vive sente dor
Embora sejamos uma espécie ousada e intrépida, que mesmo não sendo a mais forte do planeta conseguiu pela especial inteligência fazer-se soberana, ainda assim sabemos que nossa jornada tem prazo de validade