A Bulgária anunciou nesta quarta-feira (19) que vai proibir as importações de cereais ucranianos, alegando que desestabilizam o mercado nacional, e a Hungria informou que ampliou a mesma restrição a dezenas de produtos agroalimentares, além dos cereais e oleaginosas.
De acordo com o governo búlgaro, a medida entrará em vigor em 24 de abril. A proibição foi adotada devido aos temores de "desvios das importações de mercadorias através do corredor Romênia-Bulgária", segundo o ministro da Agricultura da Bulgária, Yavor Guechev.
Ao mesmo tempo, a Hungria informou em um decreto publicado no Diário Oficial que, além de cereais e oleaginosas, ficará proibida a comercialização em território húngaro de farinha, mel, vinho, pão, carne e legumes procedentes da Ucrânia. As restrições ficarão em vigor até 30 de junho.
No sábado (15), o governo do primeiro-ministro Viktor Orban, de linha nacionalista, decidiu proibir a entrada de grãos para proteger seus agricultores.
Polônia e Eslováquia também adotaram medidas similares, que a Comissão Europeia considerou "inaceitáveis".
Em maio de 2022, logo após o início da ofensiva russa, a União Europeia (UE) suspendeu por um ano as tarifas alfandegárias dos produtos procedentes da Ucrânia e se organizou para permitir a exportação de seus grãos depois do fechamento das rotas marítimas pelo Mar Negro.
Assim, os países da UE vizinhos da Ucrânia registraram um forte aumento nas chegadas de milho, trigo e girassol. Com isso, os silos destes países se viram saturados, devido a problemas logísticos, e os preços locais despencaram.
Budapeste continuará a permitir o trânsito de grãos ucranianos, mas adotará procedimentos muito rígidos nos postos de fronteira para garantir seu rastreamento eletrônico.
* AFP