O julgamento pelo assassinato de três meninas em 29 de julho no norte da Inglaterra, que desencadeou violentos protestos anti-imigração no Reino Unido, começa nesta segunda-feira (20) em Liverpool, em um julgamento que pode durar quatro semanas.
O assassinato de três meninas de 6, 7 e 9 anos, em Southport (noroeste da Inglaterra), durante uma aula de dança, desencadeou distúrbios em dezenas de cidades, alimentados por agitadores de extrema direita, em meio a rumores sobre o suspeito, que o apresentavam erroneamente como um solicitante de asilo muçulmano.
O suposto agressor, Axel Rudakubana, de 18 anos, nascido no País de Gales e de origem ruandesa, um país com uma fé predominantemente cristã, foi acusado do assassinato das três meninas, além de ferir outras oito crianças e dois adultos.
Embora a pista terrorista não tenha se sustentado na investigação, a polícia informou que o jovem também foi acusado de produzir ricina, um veneno extremamente tóxico, e de possuir um manual de treinamento da Al-Qaeda.
A violência durou vários dias, com manifestantes atacando hotéis que abrigavam solicitantes de asilo e mesquitas, e entrando em confronto com a polícia, que foi mobilizada em massa, e com contramanifestantes.
O primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, que assumiu o poder algumas semanas antes, em 4 de julho, denunciou os protestos de "extrema direita" e prometeu a máxima firmeza aos perpetradores dessa violência e àqueles que a incitaram online.
Em meados de dezembro, mais de 410 pessoas foram condenadas em todo o país em relação a esses distúrbios, incluindo mais de 360 que foram condenadas à prisão.
Dois homens foram condenados a nove anos de prisão, a punição mais severa já imposta na repressão à violência.
O príncipe William e sua esposa Kate visitaram Southport em outubro, prestando homenagem às meninas e àqueles que ajudaram a resgatar as vítimas.
O evento foi o primeiro compromisso conjunto do casal desde que a princesa terminou sua quimioterapia.
* AFP