Milhares de húngaros se manifestaram em Budapeste na noite desta quarta-feira (28) contra um decreto recente que exige que mulheres grávidas ouçam as "funções vitais" do feto antes de passar por um aborto.
Cerca de 3.000 pessoas, a maioria mulheres, se concentraram em frente ao Parlamento para defender o "o direito fundamental de decidir ter ou não um filho", explicou Monika Karvaly, uma secretária de 43 anos.
"E se as circunstâncias forem diferentes (violência, abuso...), que não nos responsabilizem, não nos castiguem!" defendeu.
Kleo Nytrai, bióloga de 28 anos, afirmou que "quer ter filhos", mas quando ela decidir que é o momento certo.
Desde meados de setembro, as mulheres que desejam abortar têm que antes ouvir os batimentos cardíacos do feto, uma medida criticada pelos manifestantes nesta quarta-feira.
"E as batidas do meu coração? Isso não interessa a ninguém?", dizia um cartaz. Em outro, se lia: "Minha vagina, minha decisão".
Na Hungria, país membro da União Europeia (UE), o aborto é legal desde a década de 1950 até a décima segunda semana de gestação na maioria dos casos.
Mas o primeiro-ministro ultraconservador Viktor Orban, no poder desde 2010, tom focado em promover medidas de promoção da natalidade.
Desde a entrada em vigor de uma nova Constituição no início de 2012, a Húngria defende "a vida do feto desde a concepção".
* AFP