Agora que lancei um livro de cartas em parceria com a psicanalista Diana Corso (Da Sempre Tua, pela editora Arquipélago, mil perdões pela propaganda pouco subliminar), fico com vontade de escrever cartas para Deus e o mundo.
É tanto tempo mandando mensagens no WhatsApp, poucas linhas para não chatear o interlocutor – isso quando não são áudios –, que escrever cartas acaba sendo uma terapia.
Fico imaginando cartas para a operadora de internet. Para a de energia, ah, a de energia. Para quem fatia o queijo com um dedo de espessura – e dedo grosso. Para o prestador que diz que vai terminar o serviço e nunca mais. Ninguém sabe, ninguém viu. Por exemplo, o que jurou terminar a montagem dos móveis há mais de meio ano e tomou um destino ignorado.