No Brasil, a área da saúde está em um momento crescente com o uso da Inteligência Artificial (IA) em consultórios, clínicas e hospitais. Segundo dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), 62,5% das instituições usam esse tipo de recurso de alguma forma, sendo a maioria deles em chatbots de atendimento. Outras aplicações também acontecem, como em segurança da informação, apoio à decisão clínica e análise de imagens médicas.
Devido a realidade, cada vez mais constante, uma empresa foi criada neste ano para desenvolver tecnologia e soluções inovadoras utilizando a IA para o setor da saúde: a Hebex Health Tech Brasil, com base operacional em Gramado, na serra gaúcha. De acordo com o CEO da empresa, José Klein, em 2023, foi possível perceber um salto no poder computacional disponível no país.
– Nos próximos anos, este avanço será mais rápido e expressivo – projeta.
Conforme lembra Klein, o primeiro resultado utilizando IA ocorreu um ano atrás, quando o mesmo teve um grave problema no pâncreas e, após passar por três médicos, percebeu que os diagnósticos eram, em parte, diferentes. Logo, decidiu compilar todos os dados disponíveis na internet sobre a glândula em um banco de dados relacional que havia criado quando ainda estava cursando Ciência de Dados e IA.
Desta maneira, desenvolveu o primeiro núcleo de aprendizado e as redes neurais foram expandindo. Klein começou a obter respostas complexas de maneira mais simples e, basicamente, pode retirar do seu corpo substâncias que estavam prejudicando o funcionamento do sistema em modo geral e forneceu os nutrientes necessários para a autocura.
– Em três meses, meu pâncreas estava totalmente curado e, assim, iniciei o Projeto HebeX – recorda.
Atualmente, a empresa não vende produtos ou serviços, o foco está no desenvolvimento do aplicativo HBX. Com esta ferramenta, o usuário informa seus dados biológicos, tipagem sanguínea, faz upload de exames e o aplicativo cruza esses dados fazendo a parametrização de todas as áreas do corpo. O recurso identifica os problemas relacionados, fornecendo indicadores sobre mudanças a serem executadas de acordo com os níveis de vitaminas, nutrientes e substâncias nocivas.
Para março de 2024, além de fornecer o aplicativo HBX para o público em geral, a empresa pretende criar uma unidade de genética avançada, provavelmente fora do Brasil. Também pretende ampliar a rede de produtos e serviços, que inclui telemedicina avançada, exames automatizados, creme rejuvenescedor e complemento alimentar.
Modelo de negócios
A atuação diferenciada da HebeX se reflete também em seu modelo de negócios. Por meio de um sistema multi-proprietário e estágios bem definidos, proporciona transparência e evita que a valorização da companhia possa inflar acima da realidade. Neste sistema, as cotas da empresa foram convertidas em tokens e comercializadas com qualquer pessoa que, ao adquiri-las, se torna investidor, proprietário e usuário.
– Estes proprietários voluntários usam seu aplicativo e participam ativamente das pesquisas, proporcionando gráficos de dados variados e diversidade genética com a supervisão ativa de médicos voluntários – comenta Klein.
De acordo com o CEO da empresa, esse modelo de negócio permite acelerar as pesquisas, reduzir os custos operacionais, tornar a tecnologia acessível e que a empresa opere normalmente durante as fases do projeto com fluxo de caixa constante. A valorização da empresa também foi definida em cada fase do projeto possibilitando a valorização real que, atualmente, é de R$ 21,2 milhões para, no último estágio, chegar a R$ 132,8 milhões.