Quando o Brasil, em 1972, se preparava para celebrar os 150 anos da Independência, a ditadura militar e a Igreja Católica envolveram-se em uma disputa de bastidores. A tensão deixou vestígios em documentos de órgãos de repressão política guardados no Arquivo Nacional. O governo do general Emílio Garrastazu Médici, o mais repressivo do período autoritário, pressionava os religiosos para que se engajassem nas comemorações, que o regime usava para exaltar a si mesmo. Cardeais e bispos, porém, resistiram a esse envolvimento. Preferiram fazer uma missa em 3 de setembro, quatro dias antes da comemoração oficial. Deram assim uma demonstração pública de distanciamento.
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