Depois de Bento Gonçalves, Gramado também foi sede de treinamento de protocolos para eventos nesta semana. O primeiro teste aproveitou a estrutura ociosa da Movelsul Brasil. Agora, foram os hotéis Wish Serrano e Master Gramado que cederam seus espaços para a prática que envolveu cerca de 150 pessoas, entre fornecedores e participantes.
As medidas sanitárias testadas incluíram desde a simulação de estacionamento, recepção, credenciamento, palestras e cerimonial. Até mesmo uma formatura e um casamento foram realizados no contexto de distanciamento social na edição gramadense.
De acordo com Enzo Arns, presidente executivo do Gramado Canela Convention & Visitors Bureau Região das Hortênsias, mais do que sugerir protocolos de retomada ao governo do Estado, a intenção é demonstrar na prática que é possível aplicá-los.
Ele conta que no treinamento desta semana foi possível colocar, em um ambiente, mais de 100 pessoas assistindo a um pocket show do Natal Luz. Os participantes foram monitorados com câmeras para escanear temperatura na chegada, entraram no recinto de máscaras e, por grupos, sentaram em locais pré-estabelecidos e deixaram todas as informações de hospedagem e procedência para o rastreamento.
_ Em caso positivo, temos como saber não só quem é, mas onde foi, com quem esteve, em que salas participou, quem eram os parceiros. Isso evitaria uma contaminação em massa, ao contrário de uma visita a um supermercado, farmácia ou estabelecimento comercial _ compara Arns.
O presidente do Convention das Hortênsias diz que a região realiza, em média, de 300 a 350 eventos por ano, entre sociais, corporativos e de entretenimento, e que são eles que sustentam a cadeia de negócios ligadas ao turismo, pois só a retomada do lazer não é suficiente para manter a economia em períodos de semana ou meses de baixa temporada.
_ Queremos mostrar para os órgãos de controle que é preciso deixar de "demonizar" os eventos, de que só podem ser retomados quando estiver tudo livre, primeiro pelo impacto na economia devastador, mas porque realmente é possível fazer eventos seguindo uma política de protocolos bastante restrita _ defende o especialista.
O que deu certo e o que deu errado
Segundo Arns, o evento teste em Gramado mostrou o que deu muito certo e o que ainda necessita de ajustes. Se percebeu que mesmo eventos voltados para lazer e que mexem com emoção podem ser trabalhados desde que não tenha ambiente que estimule integração muito grande.
_ Não dá para fazer um show de rock, mas dá para fazer um concerto do Natal Luz _ exemplifica.
Ele destaca como um dos principais desafios a limitação de pessoas. Conta que havia uma ocupação pré-estabelecida, abaixo de 50% da capacidade da sala. Mas só na hora de montar foi que se percebeu que a plateia estava no limite, mas era preciso levar em conta o staff.
_ Tivemos que reduzir mais 20% porque na hora de considerar a capacidade de carga tem que considerar todo mundo, segurança, músicos... independentemente de estar interagindo ou não. Foi o que aprendemos fazendo _ conta.
Nos próximos dias, Porto Alegre terá dois treinamentos similares mais focados no segmento business e cultural. Todos geridos pelos Conventions locais e com o objetivo de demonstrar os protocolos desenvolvidos pelo grupo Live Marketing RS, apresentados recentemente ao governo do Estado.
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