A autorização do governo do Estado para aulas presenciais a partir da próxima semana movimenta toda a cadeia ligada às instituições de ensino, desde o transporte à alimentação. Mas enquanto as vans escolares e os restaurantes esperam uma melhora de cenário com a maior movimentação prevista, há um dos fornecedores deste meio que está mais fragilizado.
Carlos Vezzaro trabalha há 34 anos no ramo de confecções de uniformes e nunca viveu uma crise como a atual provocada pela pandemia. O proprietário da Vezzaro Confecções diz que não vende desde o dia 20 de março. Mesmo com o retorno às aulas com datas marcadas, o movimento na loja na Rua Borges de Medeiros, no Centro de Caxias, segue parado.
Como a empresa já tinha feito as vendas do início do ano, Vezzaro acredita que ninguém vai precisar repor uniforme pois nem chegou a usá-lo. Desta forma, o ano já está perdido para a empresa, segundo ele.
— Nossa grande venda costumava ser no inverno, porque são as peças mais pesadas, de maior valor. Como o fim do inverno vai ser muito difícil — destaca Vezzaro.
A confecção atende a nove escolas particulares de educação infantil e outras sete instituições de ensino. Com a volta às aulas, o empreendedor acredita que pode até vender 10% do projetado. Mas, com 95% da produção voltada para atender escolas e os outros 5% para uniformes de indústria e comércio, também afetados pela pandemia, o jeito encontrado para manter a empresa tem sido utilizar as reservas para manter os funcionários e guardar o estoque para o ano que vem.