Familiares de pessoas bloqueadas na parte da região de Kursk ocupada pelo Exército ucraniano pediram a Moscou e Kiev, nesta quarta-feira(5), que organizassem um "corredor" humanitário para retirar esses civis, isolados do mundo e expostos aos combates.
"Exigimos um corredor para nossos familiares, cidadãos da Rússia", disse Liubov Prilutskaia, moradora da região de Kursk, que procura por seus pais desaparecidos na cidade de Sudja, ocupada desde agosto.
Em mensagem publicada na rede social russa VK, eles propõem a instalação de um corredor que passe pela Ucrânia, na fronteira com a região de Kursk, e depois por Belarus, até que essas pessoas cheguem ao território sob controle russo.
No último fim de semana, um ataque atingiu um edifício escolar que servia de abrigo para idosos em Sudja, na parte controlada pela Ucrânia. Ambos os lados culparam um ao outro pelo atentado, que deixou quatro mortos, segundo Kiev.
"Não importa quem atacou. O bombardeio é mais um motivo para evacuar as pessoas o mais rápido possível", disse Prilutskaia à AFP nesta quarta-feira, estimando que entre "2.000 e 3.000 pessoas" ainda vivem na zona ocupada.
A Cruz Vermelha russa diz ter recebido mais de 7.000 mensagens de russos procurando por seus parentes nesta parte da região de Kursk.
Nesta quarta-feira, o governador em exercício da região, Alexandre Khinshtein, deve se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a situação.
Kiev lançou uma ofensiva surpresa na região no início de agosto de 2024, assumindo o controle de dezenas de cidades. Desde então, as forças russas recuperaram grande parte do território perdido, mas os combates continuam.
* AFP