O presidente panamenho, José Raúl Mulino, propôs ao chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, que equipes técnicas esclareçam as dúvidas sobre a suposta presença chinesa no Canal do Panamá.
"Abrimos a possibilidade de que nossas equipes técnicas" esclareçam "o que for necessário", afirmou Mulino em uma coletiva de imprensa após se reunir com Rubio, que visita o país centro-americano.
"Apresentei explicações e, claro, deixei abertas as considerações para que a equipe técnica do canal e a que os Estados Unidos designarem possam conversar e esclarecer todas as dúvidas que possam ter sobre o tema", declarou o presidente panamenho.
Ele acrescentou que não vê uma real ameaça aos acordos pelos quais os Estados Unidos entregaram ao Panamá o controle dessa via interoceânica.
"Não sinto que haja, neste momento, nenhuma ameaça real contra o tratado, sua vigência e muito menos de uso de força militar para tomar o canal. Não sinto isso", destacou o governante.
Até o momento, não há uma data definida para a reunião, acrescentou Mulino, que também demonstrou confiança de que a ameaça do presidente Donald Trump de recuperar o canal cesse.
"Acredito que fizemos esse exercício e essa conversa de boa fé", enfatizou o presidente panamenho, ressaltando que foram alcançados "acordos importantes" para dissipar "dúvidas" e estabelecer as bases para uma relação "melhor" entre Panamá e Washington.
O Canal do Panamá, construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, tem os EUA e a China como seus dois maiores usuários.
Os Estados Unidos entregaram o canal ao Panamá em dezembro de 1999, em cumprimento aos tratados assinados em 1977 pelo então presidente Jimmy Carter e o general panamenho Omar Torrijos.
* AFP