Moradores do sul do Líbano puderam voltar para casa nesta segunda-feira (27) em algumas localidades na fronteira com Israel, onde o Exército libanês foi mobilizado, apesar dos novos disparos israelenses que deixaram um morto, disseram as autoridades.
No dia anterior, o Exército israelense matou 24 pessoas, incluindo seis mulheres, quando abriu fogo em várias aldeias contra moradores que tentavam retornar para suas casas, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
Nesta segunda-feira, uma pessoa morreu e sete ficaram feridas, incluindo uma criança, em circunstâncias semelhantes, de acordo com a mesma fonte.
O Exército israelense deveria ter se retirado do sul do Líbano em 26 de janeiro, sob um acordo de trégua em sua guerra com o movimento pró-iraniano Hezbollah, mas não o fez, alegando que o Líbano não havia cumprido sua parte do acordo.
Após mediação dos EUA, o Líbano concordou em adiar a retirada até 18 de fevereiro.
A guerra entre Israel e o Hezbollah matou mais de 4.000 pessoas no Líbano e forçou 900.000 libaneses a fugir de suas casas, segundo autoridades.
No povoado de Houla, os moradores puderam retornar "após a mobilização do exército em vários bairros", de acordo com a agência nacional de notícias Ani.
O exército, que está sendo mobilizado enquanto as tropas israelenses se retiram, disse no domingo à noite que "continuaria acompanhando os moradores" que retornavam para suas casas, "para protegê-los dos ataques israelenses".
Um porta-voz do exército israelense pediu nesta segunda-feira aos moradores do sul do Líbano que "esperassem".
Na localidade de Bint Jbeil, que dá acesso a vários povoados fronteiriços, apoiadores do Hezbollah distribuíam retratos de seu líder, Hassan Nasrallah, que foi morto por Israel.
"Eles acham que estão nos assustando com balas, mas nós vivemos sob bombardeios, não temos medo de balas", disse Mona Bazzi à AFP.
Pelo acordo que encerrou a guerra em 27 de novembro, apenas o Exército libanês e as forças de paz da ONU serão mobilizados no sul do Líbano.
O Hezbollah, que saiu muito enfraquecido pela guerra, deve se retirar e desmantelar qualquer infraestrutura militar restante no sul do país, sob os termos do acordo de cessar-fogo.
De acordo com uma fonte próxima ao movimento, sete combatentes do Hezbollah foram "feitos prisioneiros" por Israel antes da trégua entrar em vigor.
Seu líder, Naim Qasem, deve fazer um discurso televisionado às 16h30 GMT (13h30 no horário de Brasília).
* AFP