O governo britânico anunciou, nesta quinta-feira (16), uma série de investigações sobre casos passados de exploração sexual de menores por gangues criminosas, cujo manejo pelas autoridades do país foi recentemente alvo de críticas do bilionário americano Elon Musk.
Diversos casos abalaram cidades na Inglaterra entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2010. As gangues, compostas principalmente por homens de origem paquistanesa, atacaram meninas menores de idade, muitas delas provenientes de contextos sociais desfavorecidos.
Somente na cidade de Rotherham, no norte da Inglaterra, quase 1.500 menores foram drogadas, estupradas e exploradas sexualmente por uma dessas gangues durante um período de 16 anos, entre 1997 e 2013.
Enquanto a oposição conservadora pede uma investigação nacional, a ministra do Interior, Yvette Cooper, informou aos parlamentares nesta quinta-feira que 10 milhões de libras (R$ 73,5 milhões) seriam destinados a investigações locais sobre essas gangues.
"As investigações eficazes podem se aprofundar nos detalhes e oferecer respostas e mudanças mais relevantes a nível local do que uma investigação nacional prolongada", afirmou a ministra.
Yvette Cooper também ordenou uma "auditoria rápida" de três meses sobre a situação atual em todo o país.
A auditoria analisará "fatores culturais e sociais" nos casos de exploração sexual infantil.
O deputado conservador Chris Philp criticou as investigações locais anunciadas por Yvette Cooper, classificando-as como "totalmente inadequadas."
Musk, o homem mais rico do mundo, proprietário da rede social X e aliado-chave do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no início do mês que o atual primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, e outro ex-líder do mesmo partido, Gordon Brown, estavam entre os cúmplices dos crimes sexuais.
Musk alegou em uma publicação que Gordon Brown "vendeu essas meninas em troca de votos" e chamou Starmer de "desprezível."
* AFP