Uma jornalista da Agence France-Presse (AFP), detida pela polícia neste domingo (17) enquanto cobria as celebrações do Ano Novo curdo em Istambul, na Turquia, foi libertada após ficar presa por seis horas.
Eylul Yasar, jornalista do serviço de vídeo da AFP, estava prestes a gravar as celebrações do "Norouz" quando foi detida em um posto de controle, informaram outros repórteres presentes.
De acordo com eles e outras testemunhas, Yasar se opôs a uma revista corporal que considerou "muito insistente" e foi levada em uma van policial.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) havia exigido sua "libertação imediata".
"Sabemos que 14 pessoas detidas foram liberadas", confirmou à AFP Emine Özhasar, advogada da associação MLSA, que reúne advogados defensores dos direitos humanos e da mídia.
"Muitas pessoas foram detidas, mas não conhecemos o número total", acrescentou.
Yasar disse que foi "algemada" no veículo. Segundo ela, a detenção ocorreu "muito rapidamente" depois que protestou contra uma revista "brutal e muito insistente".
Ela estava detida com dez mulheres e três homens. "A polícia nos insultou, e fomos tratadas como excremento de porco, terroristas, traidoras", contou.
"Além de comentários sexistas, nos disseram que tivemos a sorte de não sermos queimadas vivas e transformadas em sabão como os judeus", em referência aos campos de extermínio nazistas da Segunda Guerra Mundial, acrescentou.
A direção da Agence France-Presse lamentou esses fatos em comunicado neste domingo: "A AFP condena a detenção de nossa jornalista Eylul Yasar, que estava apenas fazendo seu trabalho. Embora saude sua libertação, a AFP pede às autoridades turcas que respeitem os direitos dos jornalistas e os tratem com respeito."
Os curdos, que representam cerca de um quinto dos 85 milhões de habitantes da Turquia, são frequentemente vítimas de discriminação.
* AFP