O Ministério Público do Equador acusou, nesta sexta-feira (3), o ex-presidente Lenín Moreno, delegado da OEA, e outras 36 pessoas, de corrupção por supostamente receber propina de uma empresa chinesa em troca de um contrato para construir a maior hidrelétrica do país.
Durante uma audiência, Moreno e outros envolvidos foram acusados "de suposta participação no crime de suborno", punível com até sete anos de prisão, tuitou o MP equatoriano.
As 37 pessoas investigadas "teriam recebido cerca de 76 milhões de dólares [395 milhões de reais na cotação atual] em propina", que, segundo o MP, é "o montante mais alto judicializado por atos de corrupção no Equador".
A suposta rede de corrupção operou de 2009 a 2018 em torno da construção do projeto hidrelétrico Coca-Codo Sinclair, cujos custos alcançaram 2,35 bilhões de dólares (mais de 12 bilhões de reais na cotação atual) e ficou a cargo da empresa chinesa Sinohydro.
Durante o governo socialista de Rafael Correa (2007-2017), condenado a oito anos de prisão por corrupção, Moreno foi vice-presidente durante os primeiros seis anos, e depois foi eleito presidente para o período 2017-2021.
Desde 2021, Moreno, que nega as acusações, ocupa o cargo de comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para Assuntos de Deficiência, no Paraguai.
Moreno, sua esposa, filha, irmãos e cunhadas também são citadas nas investigações, assim como seu amigo Conto Patiño, sua família e funcionários de sua empresa, através da qual era distribuída a propina.
"Não tenho, nem tive nenhuma responsabilidade na contratação da obra" Coca-Codo Sinclair, afirmou o ex-presidente em um comunicado publicado em 22 de fevereiro no Twitter.
"Vou me defender com absoluto apego à verdade" para que "não reste a menor dúvida de minha inocência e da minha família", frisou o ex-governante.
* AFP