O ex-presidente peruano Pedro Castillo, deposto e preso, "não é um golpista", mas violou "normas constitucionais", afirmou neste domingo (18) a chanceler chilena, Antonia Urrejola, sobre a crise no Peru ao canal de notícias 24 horas.
"Acho que [Pedro Castillo] não é um golpista", disse Urrejola, expressando a posição do Chile diante da crise gerada pela mensagem televisiva que Castillo transmitiu em 7 de dezembro, na qual anunciou o fechamento do Congresso, a intervenção dos poderes públicos e que governaria por decreto, o que foi classificado como um golpe de Estado por opositores e até aliados.
Apesar de defender Castillo, para Urrejola, o ex-presidente peruano "não cumpriu as normas constitucionais que deveria ter cumprido em seu momento" ao ordenar a dissolução do Congresso.
"O Peru tem uma Constituição e dentro das normas constitucionais o presidente da República tem poderes para dissolver o Congresso, mas sob requisitos que não foram cumpridos neste caso", insistiu.
O Congresso peruano destituiu Castillo do cargo e o substituiu pela então vice-presidente Dina Boluarte, cujo governo foi "oficialmente reconhecido" pelo Chile, disse Urrejola.
Castillo, um professor esquerdista de 53 anos, foi preso sob a acusação de rebelião e conspiração.
Uma semana antes da crise em seu país, o ex-presidente peruano visitou o Chile, onde se encontrou com o também presidente de esquerda Gabriel Boric.
Grandes manifestações em todo o país, que deixaram 19 mortos e mais de 500 feridos, pedem o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições no Peru.
* AFP