O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, iniciou uma reunião com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, neste domingo (2), para discutir a ameaça de Donald Trump de que retomará o controle do Canal do Panamá por estar sob a "influência" da China.
Rubio, que chegou ao Panamá no sábado à noite em sua primeira viagem ao exterior como secretário de Estado, conversa com Mulino no Palacio de las Garzas, no bairro antigo da capital panamenha.
De acordo com autoridades dos dois governos, o secretário de Estado também discutirá com Mulino a migração através da selva de Darién, na fronteira com a Colômbia, por onde passaram quase 300.000 migrantes em 2024, em sua maioria venezuelanos, a caminho dos Estados Unidos.
Rubio iniciou uma viagem de seis dias que, além do Panamá, incluirá escalas em El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana, com foco no canal, na migração, na luta contra o crime organizado e na crescente influência da China na região.
Trump não descartou o uso de força militar para "recuperar" o canal construído pelos Estados Unidos, inaugurado em 1914 e entregue ao Panamá em 31 de dezembro de 1999 por meio de tratados bilaterais.
Mulino nega categoricamente o controle da China sobre a hidrovia interoceânica e reiterou que o canal não é negociável, pois "é e continuará sendo do Panamá".
Após sua reunião com Mulino, Rubio visitará as instalações de gás natural liquefeito em Colón (Caribe) e, no final da tarde, as eclusas de Miraflores do Canal do Panamá, na capital.
Mais de 100 pessoas protestaram neste domingo na capital, com gritos de "Fora Rubio", "A Pátria não está à venda, a pátria é defendida!". Dezenas de policiais impediram o avanço dos manifestantes.
* AFP