O governo do Irã está a ponto de "criminalizar" a venda de VPN (redes privadas virtuais), utilizadas para driblar as restrições impostas à internet, afirmou o ministro das Telecomunicações do país, abalado pelos protestos contra a morte da jovem Mahsa Amini.
A República Islâmica do Irã adotou restrições drásticas à internet em resposta aos protestos que aconteceram nas últimas semanas em todo o país.
O movimento começou após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos detida três dias antes em Teerã pela polícia da moral, que a acusava de ter violado o rígido código de vestimenta do país para as mulheres, que exige o uso do véu.
A repressão das forças de segurança provocou pelo menos 122 mortes, de acordo com o balanço da ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, e centenas de pessoas foram detidas.
"A venda de ferramentas de evasão não é permitida, mas infelizmente não foi criminalizada. Esforços estão sendo feitos para criminalizá-la", disse o ministro das Telecomunicações, Issa Zarepour, após uma reunião do governo.
"Isto não se enquadra nas minhas prerrogativas e, certamente, as instituições competentes devem assumir a missão", destacou.
Zarepour está na lista de autoridades iranianas alvos de sanções da União Europeia devido à brutal repressão dos protestos.
* AFP