Mais de 300 pessoas foram acusadas em Teerã por relação com os protestos pela morte de Mahsa Amini, e quatro delas podem ser condenadas à pena de morte - anunciaram as autoridades locais nesta segunda-feira (24).
O Irã enfrenta uma onda de manifestações desde a morte de Mahsa, uma curdo-iraniana de 22 anos, em 16 de setembro. A jovem havia sido detida três dias antes pela polícia da moral, que a acusou de infringir o estrito código de vestimenta do país.
A violência nas ruas deixou dezenas de mortos, a maioria deles manifestantes, mas também alguns membros das forças de segurança.
Centenas de manifestantes foram detidos. Desde 16 de setembro, porém, não há informações oficiais sobre o número total de prisões.
Segundo o promotor de Teerã Ali Salehi, citado pelo site da Autoridade Judiciária Mizan Online, 315 pessoas já foram acusadas de "reunião e conspiração contra a segurança do país", de "propaganda contra" o poder e de "perturbação da ordem pública".
"Quatro agitadores foram indiciados por acusações de 'moharebeh' ('inimigo de Deus' em persa)", uma acusação que pode levar à pena capital, acrescentou Salehi.
Eles também são acusados de terem "usado uma arma para aterrorizar a sociedade e o povo, ferido agentes de segurança, incendiado e destruído bens públicos e governamentais, com o objetivo de atacar o sistema sagrado da República Islâmica do Irã", relatou.
"Os julgamentos daqueles que cometeram crimes (...) e daqueles que estão afiliados a agentes antirrevolucionários dentro e fora (do Irã) e a estrangeiros serão realizados em conformidade com a lei. Serão punidos", declarou o chefe da Autoridade Judiciária, Gholam-Hossein Mohseni-Ejei, citado pelo Mizan Online.
* AFP