Em greve de fome há seis meses, Alaa Abdel Fattah, figura central da revolta de 2011 no Egito, deixará de ingerir calorias nesta terça-feira e de beber água, em 6 de novembro, coincidindo com a abertura da COP27, anunciou sua irmã nesta segunda-feira (31).
"A partir de amanhã, Alaa deixará de se alimentar completamente e a partir de 6 de novembro, no início da COP27, deixará de beber. Se nada for feito, morrerá", declarou no Twitter sua irmã, Mona Seif, ativista de defesa dos direitos humanos no Egito.
Abdel Fatah foi condenado no final de 2021 a cinco anos de prisão por "divulgação de notícias falsas" e é uma das figuras centrais da revolta popular que derrubou o presidente Hosni Mubarak em 2011.
O inimigo ferrenho do regime do presidente Abdul Fatah al-Sisi está há seis meses ingerindo "100 calorias por dia, ou seja, uma colherada de mel e um pouco de leite no chá", segundo seus familiares.
A ativista Greta Thunberg declarou sua solidariedade aos "prisioneiros de consciência no Egito antes da COP27", a conferência sobre o clima da ONU que começa em 6 de novembro em Sharm el Sheij.
"Está muito magro, a última vez que minha mãe o viu parecia um esqueleto", declarou em Londres em meados de outubro Sanaa Seif, a outra irmã de Abdel Fatah, quando completavam 200 dias do início da greve de fome.
Alaa Abdel Fatah obteve a nacionalidade britânica em abril, estando já em detenção, graças a sua mãe Laila Soueif, nascida no Reino Unido.
O Egito tem mais de 60 mil presos de consciência, segundo as ONGs.
Human Rights Watch criticou a organização da COP27 no país, uma "recompensa" ao "poder repressivo" do presidente Al-Sisi.
* AFP