A Justiça da República Tcheca anunciou nesta segunda-feira a acusação do ex-primeiro-ministro Andrej Babis em um caso de fraude com subsídios europeus relacionados à sua propriedade agrícola.
A polícia tcheca alega que em 2007 Babis, que ocupa o quinto lugar entre os tchecos mais ricos e deve se candidatar às eleições presidenciais do ano que vem, tirou sua fazenda Stork's Nest de sua holding Agrofert (indústria de alimentos, química e mídia) para obter uma subvenção europeia de dois milhões de euros reservada às PME.
O milionário de 67 anos, que lidera o movimento populista centrista ANO, negou qualquer ato ilegal, atribuindo as acusações a motivações políticas.
O nome de Babis já apareceu, em outubro de 2021, nos Pandora Papers, uma investigação jornalística internacional que revelou a ocultação de bens em paraísos fiscais por inúmeros líderes mundiais e empresários.
De acordo com essa investigação, o ex-ministro tcheco colocou US$ 22 milhões em empresas de fachada que foram usadas para financiar a compra do Château Bigaud, uma grande propriedade localizada em Mougins, no sul da França.
Nesse caso, Babis também negou qualquer envolvimento e mirou interesses políticos externos para incriminá-lo, poucos dias antes das eleições legislativas em seu país, que acabou perdendo.
Ele é atualmente deputado, mas o Parlamento removeu sua imunidade no início de março para permitir seu indiciamento.
"O MPF (...) indiciou duas pessoas no caso descrito pela mídia como o 'caso do Ninho de Cegonha'", disse Ales Cimbala, porta-voz do MP de Praga, em um comunicado à imprensa.
Um dos suspeitos teria "cometido o crime de fraude com subsídios e prejuízo aos interesses financeiros da União Europeia", enquanto o outro é cúmplice.
* AFP