Várias dezenas de pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira (5) em Bagdá em confrontos entre a polícia e simpatizantes de grupos pró-Irã, que protestavam contra os resultados das legislativas de 10 de outubro.
Os apoiadores da influente coalizão de ex-paramilitares Hashd al Shaabi lançaram objetos na polícia e "bloquearam três dos quatro acessos à Zona Verde", onde estão os prédios do governo.
Depois foram "dispersados" com "tiros para o alto" por parte da polícia, relatou uma fonte das forças de segurança que não quis se identificar.
Segundo os jornalistas da AFP presentes no local, vários membros das forças de segurança foram posicionados ao redor da Zona Verde.
O ministério da Saúde informou 125 feridos, entre eles 27 manifestantes e 98 policiais. Não houve registro de mortes.
O primeiro-ministro Mustafa al-Kazimi "ordenou uma investigação exaustiva sobre os fatos de sexta-feira", disse seu escritório.
Alguns manifestantes "atiraram pedras e todo o tipo de objeto" na polícia, que estava equipada com escudos, acrescentou a mesma fonte das forças de segurança.
A Zona Verde de Bagdá é um complexo mantido sob um forte esquema de segurança, onde também estão localizadas a embaixada dos Estados Unidos e a Comissão Eleitoral iraquiana.
A mesma fonte afirmou que "os manifestantes apoiam o Asa'ib Ahl al-Haq e as brigadas do Hezbollah", duas facções pró-iranianas da coalizão Hashd al-Shaabi.
Al Shaabi é uma coalizão pró-iraniana de ex-paramilitares que se juntaram às Forças Armadas iraquianas. Uma de suas reivindicações é a retirada das tropas americanas do Iraque.
Em 19 de outubro, várias centenas de seus apoiadores começaram uma ocupação perto da Zona Verde para denunciar os resultados preliminares das eleições legislativas de 10 de outubro. Esta corrida eleitoral marcou um forte retrocesso do braço político do Hashd al Shaabi.
Os líderes deste grupo classificaram a eleição como "fraude" e anunciaram que vão recorrer dos resultados finais, que serão conhecidos nas próximas semanas.
Nesta sexta-feira, alguns manifestantes carregaram cartazes que diziam: "Não à fraude!".
* AFP