O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazimi, anunciou nesta sexta-feira (16) a prisão dos assassinos do renomado pesquisador iraquiano Hisham al-Hashemi, morto há pouco mais de um ano em Bagdá, um crime que abalou o país.
"Prometemos capturar os assassinos de Hisham al-Hashemi. Cumprimos a promessa", escreveu Kazimi no Twitter, sem dar mais detalhes. "Prendemos centenas de criminosos", continuou o primeiro-ministro, mas não especificou desde quando. "Não nos importamos com o que os meios de comunicação dizem: cumprimos os nossos deveres ao serviço do povo e da justiça", acrescentou.
Em 6 de julho de 2020, Hisham al-Hashemi, um renomado especialista internacional em movimentos extremistas islâmicos e uma figura respeitada na sociedade civil, foi morto por homens em motocicletas em frente a sua casa em Bagdá.
O pesquisador havia se manifestado fortemente a favor da revolta popular do final de 2019, que exigia uma reforma total do sistema político e denunciava o domínio iraniano sobre Bagdá.
Uma fonte das forças de segurança informou que um dos detidos, Ahmed al-Kenani, tinha ligação com a Kataeb Hezbollah, poderosa facção pró-Irã que Hashemi havia criticado em seus textos e comentários na imprensa. Outra fonte da corporação indicou que dezenas de tanques e unidades militares foram mobilizados na fortificada Zona Verde de Bagdá, onde fica a embaixada americana.
A TV estatal exibiu vídeos da suposta confissão de Kenani, um tenente da polícia de 36 anos, em que ele diz ter atirado contra Hashemi.
Dezenas de opositores iraquianos foram mortos desde o levante, reprimidos com sangue - 600 mortos, 30 mil feridos - enquanto muitos outros foram sequestrados, às vezes por um breve período. Ativistas e defensores dos direitos humanos denunciam a impunidade no país.
* AFP