Mais de 18.000 pessoas protestaram nesta quinta-feira (16) pelo oitavo dia consecutivo na capital da Bulgária, reivindicando a demissão do governo, ao qual acusam de corrupção.
Os manifestantes - muitos deles jovens - bloquearam durante sete horas a circulação no centro de Sófia.
Tocando tambores, agitaram bandeiras e repetiram lemas como "aqui estaremos todos os dias", "demissão" e "máfia", contra o governo de centro direita de Boiko Borisov, no poder há dez anos ininterruptos.
Também exigiram a demissão do procurador-geral, Ivan Guechev, a quem acusam de "parcialidade".
Guechev, que destaca que "todos são iguais perante a lei", ordenou na quinta-feira passada que fossem revistados os gabinetes de dois conselheiros do presidente, Rumen Radev, próximo dos socialistas, que denunciou o "caráter mafioso" do governo.
Também foram celebrados protestos similares em uma dezena de cidades nesta quinta-feira.
Borisov e seus aliados nacionalistas da coalizão governamental declararam na quinta-feira que permaneceriam no poder até o fim do mandato, que termina na próxima primavera no hemisfério norte.
"Quem dos que protestam têm mais experiência do que nós para enfrentar os desafios econômicos e sanitários [...] neste inverno?", exclamou Borisov.
Os protestos reuniram pessoas de esquerda e direita, bem como cidadãos descontentes que dizem não simpatizar com qualquer partido.
Os socialistas apresentaram uma moção de censura contra o governo, mas tem poucas chances de prosperar.
A votação será celebrada na terça-feira no Parlamento e depois dela, Borisov prometeu efetuar uma enorme reforma governamental.
Três de seus ministros mais influentes (Finanças, Economia e Interior) se demitiram nesta quarta-feira.
* AFP