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A sociedade vive tempos desafiadores, em que o estresse, a cobrança e a sensação de sobrecarga emocional parecem ser a norma. Com dias tão turbulentos, fica cada vez mais difícil identificar maneiras de relaxar, trazer leveza e criatividade para o cotidiano. Para o psicólogo especialista em bem-estar, Lucas Freire, o brincar pode, e deve, ser visto como um ato de resistência, um recurso para nos conectarmos com o que há de mais essencial na natureza humana.
“Quando brincamos, recuperamos a capacidade de viver plenamente, de nos relacionarmos de forma mais leve com os outros e com nós mesmos. Não se trata de fugir das responsabilidades ou das dificuldades da vida, mas de encará-las com uma nova perspectiva, uma que acolhe a curiosidade, a espontaneidade e o prazer”, ressalta.
Pioneiro do método playfulness no Brasil – conceito baseado na capacidade de incorporar o lúdico no dia a dia a fim de construir resiliência emocional e mental –, Lucas Freire afirma que o resgate da criança interior é uma tarefa urgente. Para isso, é preciso criar espaços em que o brincar não seja apenas tolerado, mas incentivado.
Por isso, a seguir, o psicólogo lista 4 dicas para iniciar esse resgate. Confira!
1. Inclua o lúdico no cotidiano
Você não precisa de brinquedos ou jogos elaborados para incorporar o brincar na sua vida. O lúdico pode estar em qualquer lugar: na caminhada pela rua, quando você desvia de um caminho reto e se aventura em um trajeto diferente, em uma conversa em que a imaginação possa fluir ou, até mesmo, um projeto de trabalho no qual você ousa testar novas possibilidades. Que tal se desafiar a encontrar algo divertido ou curioso no que você faz todos os dias?
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2. Dê tempo ao ócio criativo
O excesso de atividades e a necessidade de sempre estar com foco na produtividade podem nos sufocar. Separe momentos do seu dia para o “não fazer nada” – e permita que esses momentos te levem a explorar ideias e atividades de forma espontânea. A criatividade nasce no espaço vazio, no silêncio que permite o brincar de forma orgânica.
3. Reconecte-se com brincadeiras passadas
Lembre-se do que você amava fazer quando era criança. Você gostava de desenhar? Construir coisas? Brincar com fantoches ou bonecos? Tente recuperar essas atividades, mesmo que pareçam “bobas”. Elas carregam pistas valiosas sobre aquilo que te traz alegria de forma genuína.
4. Abrace a vulnerabilidade
Muitas vezes, deixamos de brincar porque sentimos que não somos “bons o suficiente”. O medo de julgamento nos paralisa. Aqui está o segredo: brincar não tem a ver com ser bom, mas com ser livre. Permita-se falhar, rir de si, não levar tudo tão a sério.
Dessa forma, é possível abrir espaço para a leveza, o improviso e a criação de momentos que transcendem o utilitarismo e nos reconectam com o sentido mais profundo da existência. Brincar, afinal, é viver. E se a vida atual parece tão exaustiva, talvez seja justamente porque esquecemos como fazer isso.
Por Ana Paula Gonçalves