O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou as redes sociais para criticar a postura que a China adotou em relação ao Coronavírus. Para o parlamentar, o país asiático "preferiu esconder algo grave" do que enfrentar o desgaste. Nas redes sociais, ele escreveu:
"Mais uma vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e liberdade seria a solução"
O deputado fez uma analogia entre o acidente nuclear de Chernobyl, na Rússia, e o coronavírus na China. À época, o governo da antiga URSS tentou esconder o acidente e só confirmou em 28 de abril de 1986 - dois dias após a explosão de um reator da usina nuclear - depois de ser pressionado pela Suécia, quando a radiação chegou até o país.
A embaixada da China no Brasil reagiu, também pelas redes sociais. A conta oficial da missão diplomática chinesa chamou o filho do presidente de "irresponsável" e exigiu que ele retirasse suas palavras e pedisse desculpas.
"As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando as amizades entre os nossos povos. Lamentavelmente, você é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo. Aconselhamos que não corra para ser o porta-voz dos EUA no Brasil, sob a pena de tropeçar feio", afirmou a embaixada.
O embaixador, Yang Yanming, também se manifestou.
"As suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial. A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e a Câmara dos Deputados. Além disso, vão ferir a relação amistosa China-Brasil. Precisa assumir todas as suas consequências."
A fala de Eduardo Bolsonaro segue o que diz o presidente norte-americano Donald Trump, que chegou a trocar o nome de "coronavírus" para "vírus chinês" em algumas manifestações no Twitter. O ministro das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, manifestou nesta quarta seu repúdio ao que chama de "estigmatização".
— Nós exigimos que os Estados Unidos parem de fazer acusações sem sentido à China. A Organização Mundial de Saúde e a comunidade internacional se opõem explicitamente à conexão do vírus com um determinado país ou região — afirmou Shuang, de acordo com o portal oficial China Daily.
Vale lembrar que a China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Com ou sem coronavírus, é um mercado importante para a indústria brasileira.