A polarização das intenções de votos entre o ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro(PSC) deixa aberto um largo corredor de centro a ser ocupado por uma força política que consiga ter alta capacidade de diálogo. Na briga pela presidência da República em 2018, esse nome poderá ser, sim, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), mas ele enfrentará imensas dificuldades. Enquanto Lula e Bolsonaro já estão com o bloco na rua, em campanha antecipada, os tucanos ainda discutem com que cara vão se apresentar ao eleitorado. Perderam tempo e identidade. A crise interna do PSDB, potencializada pelo escândalo envolvendo Aécio Neves (MG), fragiliza Alckmin nesta largada. Além disso, a pesquisa Datafolha também revela que é tóxica a proximidade com o presidente Michel Temer. Dos entrevistados, 87% afirmam que não votariam no candidato indicado por ele. Por mais que uma ala do PSDB insista em se descolar do governo, isso é impossível. Em entrevista à ZH, o ministro tucano Aloysio Nunes Ferreira(Relações Exteriores), fez uma aposta: para ele, se tiver condições legais de concorrer, Lula estará no segundo turno. O desafio dos tucanos é consolidar o seu candidato. Mas se Lula ficar de fora da disputa, a polarização termina e a briga muda de perfil.
AFILHADOS
Se Lula não tiver condições de concorrer, dois nomes do PT estão na manga do ex-presidente: os ex-ministros Fernando Haddad (SP) e Jaques Wagner (BA). Haddad já foi testado pelas pesquisas e não empolga.
TÉRMICA
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve tomar uma decisão sobre o investimento na térmica em Rio Grande até o dia 12 de dezembro. A informação é do deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS) que, ontem, conversou com o presidente Michel Temer sobre o assunto. O Estado corre o risco de perder esse empreendimento. Pernambuco teria entrado na disputa pela atração do negócio.
RITMO
A delegação de competência das obras do aeroporto de Passo Fundo deve ocorrer em uma cerimônia em Porto Alegre, na quinta-feira. Essa agenda na capital só depende da confirmação do cerimonial do presidente Michel Temer. A partir da assinatura, o ritmo da licitação ficará por conta da capacidade de trabalho do governo do Estado. Como existem recursos à disposição, não há desculpa para demora.