O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, iniciou 2018 em desaceleração, passando de 0,44% em dezembro de 2017 para 0,29%, em janeiro deste ano. A taxa é a menor para o mês desde a criação do Plano Real, em julho de 1994.
Em 12 meses, o índice acumula avanço de 2,86%, o menor desde 2007, quando alcançou 2,99%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os preços relativos a transportes, apesar de terem registrado a maior variação em janeiro, perderam força e puxaram o resultado do IPCA. De uma alta de 1,23% em dezembro, o índice desse grupo de gastos desacelerou para 1,1%. Isso se deve, principalmente, à queda nos preços das passagens de avião, que ficaram 1,35% mais baratas depois de um dezembro com alta de 22,28%.
Inflação em janeiro
Por outro lado, seguem pressionando esse grupo de despesas itens como combustíveis (2,58%), principalmente a gasolina, que exerceu o maior impacto individual no IPCA, e o etanol (3,55%). Também sofreram reajuste os valores do ônibus urbano e intermunicipais em quatro grandes regiões metropolitanas do Brasil.
Inflação tem o menor índice para janeiro desde o início do plano real, diz IBGE
Também influencou a desaceleração do IPCA de janeiro o grupo de gastos com habitação, que recuo de 0,40% para 0,85%, impulsionado pelas contas de energia elétrica, que ficaram, em média, 4,73% mais baratas. "Isto se deve ao fim da cobrança do adicional de R$ 0,03 por cada kwh consumido referente a bandeira tarifaria vermelha patamar 1 que vigorava em dezembro. Aliado a isso, houve redução na alíquota de PIS/Cofins em algumas das regiões pesquisadas", afirmou o IBGE.
A inflação geral não perdeu mais força, porque os preços dos alimentos, que têm bastante peso no cálculo do IPCA, avançaram ainda mais, de 0,54% no final de 2017 para 0,74%, em janeiro. A alimentação para consumo em casa ficou mais cara (de 0,42% para 1,12%). De acordo com o IBGE, subiram os preços, principalmente, de tomate (45,71%) e batata-inglesa (10,85%).