O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) usou dinheiro público para uma viagem a Curitiba, para visitar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, em 30 de dezembro do ano passado. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a publicação, os recursos para a viagem saíram da cota para exercício da atividade parlamentar. A verba só pode ser usada para esse fim, e não para ressarcir gastos pessoais.
Após a veiculação da matéria, o deputado anunciou que vai devolver o dinheiro. Entre as passagens estava o trecho Curitiba-Porto Alegre – Marun é gaúcho, os pais ainda vivem em Porto Alegre, e ele costuma frequentar o Litoral Norte do Estado.
Por meio de nota, o parlamentar argumentou que mesmo "a visita tendo despertado interesse da grande imprensa nacional e ter sido objeto de matérias nos principais jornais, esta não teve caráter político" e por isso resolveu que irá pagar pelas despesas.
Na época da visita a Cunha, Marun chegou a dizer que o encontro tinha "caráter natalino". Ao encontro, o deputado levou um livro – “A ditadura Acabada” de Élio Gaspari – como presente para o amigo e desejou "votos de um 2017 menos infeliz".
Marun sempre foi um dos fiéis escudeiros de Eduardo Cunha, principalmente no Conselho de Ética, que acabou por pedir a cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Leia a nota na íntegra:
Em relação à visita que fiz no dia 30/12 ao ex-deputado Eduardo Cunha, tenho a declarar o que se segue:
1) Mesmo eu tendo conhecido o ex-deputado em função do meu mandato parlamentar;
2) Mesmo tendo a visita despertado o interesse da grande imprensa nacional e sido objeto de matérias nos principais jornais do país;
3) A mesma não teve caráter político, tendo sido uma visita natalina de caráter solidário;
4) Assim sendo, tendo sido alertado pelo jornal O GLOBO a respeito do assunto, decidi assumir em caráter particular as despesas da mesma, em conformidade com o que se segue:
· Hospedagem: R$ 154,35
· Passagem: R$ 1.088,27.
5) Declaro ainda considerar que isto demonstra a absoluta transparência da Câmara Federal no trato das despesas do exercício dos mandatos parlamentares.