Mesmo com a volta às aulas programada para a terça-feira (8) nas escolas de Educação Infantil, as projeções para os próximos meses não são nada animadoras para os trabalhadores do setor em Caxias do Sul. O Senalba, sindicato que representa os funcionários, estima cerca de 500 demissões até o final do ano. O número significa um terço da mão de obra empregada hoje.
Conforme o presidente da entidade, Claiton Melo, esse número está baseado no acompanhamento da situação dos profissionais nas empresas. O sindicato projeta que 20 escolas vão fechar até novembro e outra parte deve demitir mesmo que permaneça aberta por causa da necessária redução de custos. O cenário desolador trará ainda outros desafios. Melo diz que uma grande parte das rescisões irá parar na Justiça, porque as empresas estão sem condições de pagar os direitos trabalhistas.
— A gente está bastante apreensivo. Vai ser uma retomada com bastante trabalho e muitas incertezas. Só na volta para a gente saber como vai funcionar.
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A estimativa do Sindicato das Instituições de Educação Infantil Particulares de Caxias do Sul (Sinpré), que congrega os donos de escolas, é de que 25% a 30% dos estudantes de cada instituição volte às aulas presenciais nesse primeiro momento. A reabertura ocorre na terça-feira (8). Por enquanto, 27 estabelecimentos desse nível de ensino estão com planos de contingência aprovados e, por isso, poderão reabrir. No total, cerca de 140 que encaminharam o processo desde o final de julho.
— Claro que como instituição escolar, a gente gostaria que todas já tivessem seus planos de contingência em mão para poder fazer esse atendimento. Então, a gente já conversou muito com a prefeitura de Caxias do Sul, eles colocaram que estão fazendo todos os esforços possíveis para liberar o quanto antes o total dos planos — comenta a presidente do Sinpré, Christiane Welter Pereira.
A análise da prefeitura leva ao menos 25 dias e passa por três secretarias municipais: Urbanismo, Educação e Saúde. Esta última pasta, por exemplo, tem dois servidores que trabalham nos planos de contingência, além de atender a outras demandas de fiscalização, de acordo com o secretário do Urbanismo, João Uez:
— Essa pequena demora que está se tendo é em função do número reduzido de servidores de servidores, bem como todos os critérios técnicos a serem avaliados. Não é uma análise simples, é uma análise delicada, complexa, tendo em vista que a gente está lidando com vidas, com crianças, com professores — explica.
As escolas estão fechadas desde o avanço da pandemia em março e poderão funcionar apenas quando o município estiver na bandeira laranja ou amarela do sistema de distanciamento controlado.