Apesar do Piratini ter anunciado a volta às aulas em 13 de outubro na rede estadual, a 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), com sede em Caxias do Sul, ainda aguarda orientações mais específicas sobre como será o retorno às atividades na Serra. A titular da 4ª CRE, Viviani Devalle, afirmou à rádio Gaúcha Serra na manhã desta quarta-feira (2) que o comunicado oficial do Estado à CRE deve ser feito ao longo do dia pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc). No entanto, ela adiantou que, antes das aulas retornarem, serão necessários os planos de contingência de cada escola prontos, além da compra de equipamentos de proteção e materiais de higienização, e reposição do quadro de professores.
Conforme a coordenadora, as instituições já devem começar a fazer planos de contingência. São esses documentos que vão orientar sobre o distanciamento e as medidas de higienização necessários dentro das particularidades de cada escola. Outro aspecto ainda a ser definido é a contratação de professores, já que parte dos que integram a rede ficarão fora das salas de aula por apresentarem condições de maior risco para a covid-19. Em agosto, a 4ª CRE estimou 100 contratados temporários com o possível retorno.
— Temos alguns colaboradores enquadrados no decreto com comorbidades ou acima dos 60 anos que não retornarão presencialmente. Fizemos um estudo de quanta carga horária precisaria contratar para suprir a necessidade: ela se aproxima das 2 mil horas para 14 municípios da 4ª CRE — diz Viviani, explicando ainda que essas 2 mil horas podem representar números diferentes de profissionais, porque a carga horária de cada um pode ser de 20 ou 40 horas semanais, por exemplo.
Segundo a titular da 4ª CRE, ainda não há informação sobre novas contratações por parte da Seduc.
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Atividades à distância seguirão – A volta às aulas vai ocorrer de forma híbrida: com ensino presencial e à distância. Os pais poderão autorizar ou não o retorno dos filhos à escola. Para aqueles que ficarem em casa, continuarão a serem oferecidas atividades de forma remota. De acordo com a coordenadora, 80% dos alunos vinculados à rede estadual na região têm condições de acesso à plataforma virtual neste momento. O restante pode retirar pontualmente atividades em plantões nas escolas. Ela reforça que os pais que optarem por manter os filhos em casa terão de garantir o acesso e o acompanhamento das atividades:
— Os pais terão que se comprometer que o aluno terá acesso pelas plataformas digitais ou ao buscar o material impresso na escola. O que não podemos é ser negligentes nesse momento, não mandar o filho porque o ano está perdido. Ele terá opção de ficar em casa, mas é importante que permaneça com o vínculo de aprendizado. Fazemos esse apelo aos pais: sejam parceiros da escola, acompanhem seu filho. Se houver algum problema, procure a direção das escolas. Temos que ter uma parceria para esse momento atípico.
Preocupação – Um dos maiores desafios será organizar o horário do professor entre aulas presenciais e à distância.
— A carga de atividades, que chamamos de híbrida, tem sido muito maior. Os professores têm se dedicado quase que 100% do seu tempo para produzir atividades. Pretendemos ajustar um formato para que o professor consiga adequar os momentos presenciais e não presenciais sem infringir a carga horária dele.
Sintomas em alunos e professores – Após o retorno, caso algum estudante ou professor apresente sintomas de covid-19, ele será encaminhado para a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Caberá aos órgãos de saúde decidir se outros alunos deverão ser monitorados, se haverá isolamento ou até fechamento de escola.
Volta às aulas - Embora a rede estadual tenha previsão de volta apenas em outubro, o calendário para a educação começa mais cedo. A partir da próxima terça-feira (8), os municípios poderão autorizar a volta da Educação Infantil. Em 21 de setembro, poderão voltar o Ensino Médio e o Superior. O Ensino Fundamental tem um cronograma dividido em dois: 28 de outubro para os Anos Finais e 12 de novembro para os Anos Iniciais.
Ouça a entrevista na íntegra: