Caxias do Sul está entre as cidades autorizadas a retomar as atividades em escolas de Educação Infantil pelas regras do decreto estadual e, na manhã desta terça-feira (8), 40 instituições, de um total de 150, começaram a retomar as atividades. No início da manhã, os pequenos já marcaram presença nas instituições. Na Xodó da Vovó, no bairro Cinquentenário, a mãe Luana Figueredo, 38 anos, coordenadora de RH, levou o filho Afonso Rossi, dois anos, antes das 8h. Luana conta que o filho queria muito voltar para a escola:
— Todos os dias ele pedia pra vir pra escola. Fez muita falta para o desenvolvimento dele — diz a mãe, que havia contratado uma professora para cuidar de Afonso em casa enquanto trabalhava.
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Os proprietários da Xodó, Marcela Muller, 37, e Cristian Segatto, 35, estão tranquilos com o retorno, já que, na manhã desta terça, não havia mais alunos do que o limite estipulado pela prefeitura - que aprova 50% da capacidade da escola. Conforme os gestores, são 71 alunos matriculados, mas 38 devem retornar nos próximos dias.
Na entrada da escola, uma novidade distraia os pequenos nesta manhã: o aparelho de desinfecção dos pés por luz ultravioleta.
— O aparelho substitui o tapete sanitizante, apesar de continuarmos com os dois. É mais rápido e mais prático, até fica uma forma divertida porque ficam esperando o apito dos 10 segundos — conta Marcela.
A professora Maria da Graça Fonseca Rech, que atua na área há 15 anos, estava focada em cuidar do emocional dos pequenos nesse início de retomada. Havia cinco alunos em uma turma de 11 na manhã desta terça-feira.
— Vamos explicar que não se pode pegar nada do chão, vamos dividi-los para brincarem distanciados. Os brinquedos não serão compartilhados com outra turma. Parece que estamos vivendo coisa de filme, algo que nunca imaginamos que fossemos viver. É algo novo para nós e pra eles. Teremos que cuidar muito do emocional também porque eles ficaram todo esse tempo distantes e estão ansiosos sobre como vai ser — diz.
Na escola Pequeno Girassol, a proprietária Mirian Veadrigo Boschetti, 54 anos, também não estava preocupada com o limite da capacidade. De 139 alunos de capacidade 80 são matriculadas
— Percebemos esse retorno como serviço essencial. Eu teria vaga para praticamente todos os alunos caso quisessem voltar, mas acredito que pelo menos metade desse número de 80 crianças não voltem nesse momento. Uma por já terem se organizado de outra forma e outra por terem alguma dificuldade em voltar — afirma.
Na Serra, além de Caxias, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Canela, São Marcos e Flores da Cunha devem retornar com as aulas nessa semana.
As escolas do RS só podem reabrir com a documentação em mãos. Caso não tenha autorização, a escola será fiscalizada e pode receber multa por descumprimento de decretos e questões sanitárias. Em Caxias, essa multa pode chegar a R$ 35 mil. Ainda não há um levantamento do número de alunos que retornam nessas 40 escolas, já que, apesar de autorizadas, nem todas recomeçam nesta terça. Alem disso, mesmo que as crianças estejam matriculadas, nem todos os pais são favoráveis ao retorno.
Volta tranquila
No final da manhã desta terça-feira, escolas de Educação Infantil de Caxias do Sul avaliavam o retorno às aulas presenciais como tranquilo. Apesar de todos os protocolos exigidos, o baixo número de alunos facilitou a adaptação neste primeiro momento.
Na Crescendo com Magia, a diretora Vanessa Klein Lambert conta que 12 crianças voltaram a frequentar a escola que tinha capacidade para 100 alunos antes da pandemia. Segundo ela, um dos motivos de apreensão era o comportamento depois de seis meses de contato apenas à distância.
— Apenas dois deram uma choradinha. No resto, foi super tranquilo — relata, ao explicar que inclusive o uso de máscaras foi de fácil adaptação.
Já na Pequeno Girassol, 10 alunos retornaram pela manhã. A escola podia receber até 140 crianças antes da pandemia. A coordenadora pedagógica Marina Melo conta que a baixa quantidade de alunos traz uma facilidade:
— Vai levar um tempinho para fazer a readaptação das crianças. Com os de 4 e 5 anos será mais fácil do que com os bebês. Mas, como tem poucos, conseguimos dar atendimento individualizado — aponta.