Se a pandemia causou prejuízos e reduziu a capacidade produtiva de diversos setores da economia, ela também se refletiu em ao menos um dado positivo: a redução de 8,7% no número de acidentes de trabalho em Caxias do Sul. Os dados se referem ao primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2019.
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Segundo dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra), a cidade teve 1.772 registros de janeiro a junho, contra 1.941 no ano passado. Do total registrado em 2020, 956 casos, o que representa mais da metade, ocorreram entre janeiro e março, quando praticamente não houve impacto da pandemia. Já o número de mortes foi de ao menos cinco nos primeiros seis meses,
— Temos que considerar a diminuição da atividade produtiva. A questão do home office também faz com que as pessoas fiquem menos expostas — observa Juliana Argenta Calloni, gerente do Cerest/Serra.
Além de acidentes nas dependências ou a serviço das empresas, são considerados acidentes de trabalho situações ocorridas durante os deslocamentos de ida e volta do trabalhador. Como muitas pessoas passaram a trabalhar de casa a partir de março, ficaram menos vulneráveis aos riscos do trânsito. Além disso, eventuais acidentes domésticos ocorridos durante o horário de atuação em home office não entram na conta porque não são considerados acidentes de trabalho.
Em Caxias, o setor que mais gera notificações por acidentes de trabalho é a indústria. Como as fábricas precisaram reduzir o quadro de funcionários em respeito aos diversos protocolos do município e do Estado, as situações de risco também caíram.
— Quanto maior a atividade, maior o risco — aponta Juliana.
Por ser considerado serviço essencial, o Cerest/Serra não paralisou nem reduziu as atividades durante a pandemia. O órgão também atuou junto à Vigilância em Saúde na orientação de empresas para evitar a disseminação do coronavírus.