Um novo decreto publicado pela prefeitura de Bento Gonçalves restabelece a gratuidade a idosos e pessoas com necessidades especiais no transporte coletivo do município. O benefício, obtido por meio do cartão Vino, estava suspenso desde o dia 16 de abril para preservar a população que integra o grupo de risco ao coronavírus. O decreto com as novas regras foi publicado na última terça-feira (1), mas as gratuidades entram em vigor nesta sexta-feira (4).
A retomada do cartão Vino, contudo, não se aplica aos estudantes neste momento. Segundo o secretário de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, Vanderlei Mesquita, esse benefício só passará a valer com o retorno das aulas presenciais.
Outra mudança estabelecida no decreto diz respeito à lotação dos ônibus, tanto do transporte público, quanto do privado. Desde abril, a capacidade máxima permitida era somente a de passageiros sentados. Agora, o limite passa a ser o total comportado pelo veículo, o que corresponde ao dobro do número de assentos.
— Temos uma análise dos números e temos tido baixa no número de infectados e um número muito positivo de curados, então isso nos levou a começar um processo vagaroso, com cuidado, com todas as preparações necessárias e atenção da nossa fiscalização para que possamos ter um retorno gradual — destaca Mesquita.
De acordo com ele, o objetivo da liberação é facilitar os deslocamentos da população idosa para a realização de exames e consultas médicas, entre outras demandas. Desde o início da pandemia, a quantidade de passageiros no transporte coletivo de Bento caiu cerca de 60% e o serviço passou a funcionar até as 20h, em vez de ir até a meia-noite. Além disso, a frota também foi reduzida e atualmente opera na faixa dos 70% a 75%.
— Temos uma pesquisa que mostra que os ônibus estão andando com capacidade abaixo do limite de assentos. Tivemos a tranquilidade de aumentar (a ocupação) exatamente porque está sobrando espaço — destaca o secretário.
Outra mudança prevista no decreto diz respeito ao teletrabalho dos servidores. Desde abril, o município determinou que pessoas do grupo de risco, com doenças que agravam a infecção por coronavírus e funcionários cujos filhos tinham aulas suspensas deveriam adotar o regime de home office. Quando a função não permitisse, deveria ser adotado um sistema de revezamento entre os servidores.
Agora, cada secretário poderá avaliar o quadro de funcionário e está autorizado a convocar servidores que estavam em teletrabalho, se julgar necessário. Dessa forma, a nova regra não estabelece um retorno automático.
— Temos pessoas que queriam trabalhar e em razão do decreto anterior não podiam — observa Mesquita.