A chegada dos adolescentes à Escola Municipal de Ensino Médio Alfredo Aveline, no bairro Borgo, em Bento Gonçalves, foi tranquila na manhã desta segunda-feira (21). Dos 43 alunos que podem comparecer às aulas presencias, 20 voltaram às salas. A ideia inicial era que fosse 50% dos estudantes em uma semana e outros 50% na outra para revezar as turmas entre o ensino presencial e remoto. No entanto, se a adesão seguir reduzida, o colégio irá receber alunos numa semana e manter o ensino remoto na outra. As medidas necessárias para o retorno estão em vigor: marcações no chão para respeitar o distanciamento físico, portal sanitazante para higienizar calçados e mochilas, medição de temperatura, álcool gel, máscaras e mesas afastadas.
— A escola está preparada. Estamos com os EPIs, como jaleco, máscara e luva — garante o diretor Márcio Pilotti.
Para o diretor, o fato do retorno ser optativo e o amanhecer gelado desta segunda-feira influenciaram na volta:
— Os alunos precisam dessa volta porque muitos estão ficando doentes e angustiados em casa. Eles também têm que se preparar para o vestibular e para o Enem, e o contato com o professor é essencial para esse preparo.
Misto de sentimentos
Em sala de aula, um misto de ansiedade, incerteza, alegria e apreensão tomou conta dos alunos. Gustavo Abreu, 15 anos, dividia a sala com Milene Portaluppi, 16, e Caroline Cristofoli, 16, na turma 111.
— Eu quis voltar. Foi opção minha sem pressão dos meus pais porque em casa o aprendizado não é tão eficiente quanto o presencial. Fico triste com esse vazio. A expectativa era ver mais colegas — disse.
Na sala em frente, cinco alunos da turma 211 também dividiam um misto de sentimentos.
— Eu fazia as tarefa, mas a parte de exatas era mais complicada. É estranho estar aqui porque sentia falta, mas pensei que o pessoal estaria mais animado e viria para a escola — afirma Georgia da Campos, 16.
Para Ahissa da Ré, 16, a sala vazia também deixou uma certa tristeza:
— Essa sala quieta desanima, mas recuperar o conteúdo é positivo. Com os colegas tem alegria e nos ajudamos.
Matheus Garbui da Silva, 17, Willian Manara, 16, e Eduarda Braun,16, também estavam na sala na manhã desta segunda-feira. Todos garantiram estar sentir seguros com o retorno em relação às medidas de higienizacão, mas ao mesmo tempo ansiosos e apreensivos com os próximos dias.
A professora de Educação Física Ana Paula Biancho ressalta que é preciso administrar diversos sentimentos:
— Do ponto de vista das medidas sanitárias e protocolos, estamos prontos para voltar. Mesmo assim há uma ansiedade, certa frustração com a escola vazia, alegria pelos que estão aqui, mas também apreensão com o que pode acontecer com a saúde e com nossas famílias caso tenha alguém contaminado. É um misto de sentimentos.
" É uma necessidade ao ensino médio retornar às salas de aula", diz secretária
Em Bento Gonçalves, o decreto que autoriza a volta dos estudantes diz que será no modelo híbrido. As turmas serão divididas em duas, com a capacidade da sala limitada a metade. O horário de aula será das 7h20min às 11h05min. A secretária da Educação, Iraci Luchese Vasques, avalia a volta como positiva:
— É opção, mas os pais estão tranquilos. É uma necessidade do aluno do ensino médio estar em sala de aula. Os professores e equipe foram testados e a volta é necessária.
Ela acredita que, assim como na Educação Infantil, em que as escolas estão preparadas com EPIs e planos de contingência, as demais escolas também estão prontas.
A Alfredo Aveline é a única escola de Ensino Médio da rede municipal da cidade. As particulares desse nível de ensino, assim como da Educação Superior e as Técnicas, também podem retomar os atendimentos presenciais na segunda-feira em Bento Gonçalves. No entanto, a expectativa é que o Colégio Aparecida da rede Marista retorne na quarta-feira (23). Todas as instituições municipais e particulares já têm planos de contingência aprovados. A rede estadual tem previsão de retorno em 13 de outubro em todo o RS e os protocolos estão a cargo do próprio Estado.
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