O governo do presidente americano, Donald Trump, prevê grandes cortes em uma agência dos Estados Unidos que investiu bilhões de dólares em infraestruturas na África, segundo um memorando ao qual a AFP teve acesso nesta quarta-feira (23).
Este documento indica que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), comandado pelo bilionário Elon Musk, imporá uma "redução importante" em programas e no pessoal desta agência, a Millennium Challenge Corporation (MCC).
Fundada em 2004 durante o governo do presidente George W. Bush, e beneficiária de um apoio bipartidário longevo, a MCC firmou contratos para investimentos dos Estados Unidos em países em desenvolvimento que cumprem com padrões de democracia, abertura econômica e boa governança.
Desde então, a MCC investiu US$ 17 bilhões (R$ 96,6 bilhões, na cotação atual) em diversos projetos proeminentes em andamento.
Em Zâmbia, por exemplo, a MCC assinou um acordo em outubro de meio bilhão de dólares (R$ 2,88 bilhões, em cotação da época) para desenvolver rodovias e projetos de irrigação, além de impulsionar a eletricidade.
No Senegal, a MCC está implementando uma iniciativa de US$ 600 milhões (R$ 3,4 bilhões, na cotação atual) - que inclui US$ 50 milhões (R$ 284 milhões) do governo senegalês - para ampliar a rede elétrica em áreas rurais.
Segundo a página da MCC na internet, no passado a organização também enviou recursos para El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Paraguai e Peru.
O memorando indicou que a revisão não está completa e que não está claro se os Estados Unidos vão cumprir os contratos prometidos.
O investimento em infraestruturas em países em desenvolvimento é considerado uma área de influência para as potências mundiais.
A China, adversária dos Estados Unidos, está muito envolvida nisto, sobretudo na África.
* AFP