O ministro das Relações Exteriores do Irã exigiu, nesta terça-feira (8), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartasse a ameaça militar antes das negociações sobre seu programa nuclear, afirmando que Teerã não cederia a este mecanismo de "coerção".
Em um artigo de opinião publicado no jornal The Washington Post, o principal diplomata do Irã, Abbas Araghchi, reforçou a informação publicada na imprensa estatal de que a porta sempre estaria aberta para um possível acordo, desde que Washington demonstre boa vontade.
Antes das negociações que os dois países iniciarão no fim de semana em Omã, Araghchi alertou contra um possível ataque militar contra o Irã, uma medida que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considerou "inevitável" nesta terça-feira, caso as conversações entre Washington e Teerã fracassem.
"Para avançarmos hoje, devemos primeiro concordar que não pode haver nenhuma 'opção militar', muito menos uma 'solução militar'", escreveu Araghchi, afirmando que "a orgulhosa nação iraniana, em cuja força meu governo se baseia para uma verdadeira dissuasão, nunca aceitará a coerção e a imposição".
"Não podemos imaginar que o presidente Trump queira se tornar outro presidente americano mergulhado em uma guerra catastrófica no Oriente Médio, um conflito que se espalharia rapidamente por toda a região e custaria mais do que os trilhões de dólares dos contribuintes que seus antecessores queimaram no Afeganistão e no Iraque", afirmou.
O republicano também repetiu a opção de fazer uso da força militar caso o Irã não aceite um acordo sobre seu programa nuclear, mas tem focado em buscar uma solução diplomática.
No entanto, na segunda-feira, Trump advertiu à República Islâmica de que ela estaria em "grande perigo" se as negociações fracassassem.
* AFP