O presidente da Agence France-Presse (AFP), Fabrice Fries, pediu, nesta terça-feira (25), a "rápida libertação" do fotógrafo da agência Yasin Akgül, que foi detido na Turquia acusado de participar de manifestações ilegais em Istambul, argumentando que ele estava cobrindo os protestos como jornalista.
"Yasin Akgül não estava se manifestando, ele estava cobrindo como jornalista um dos muitos protestos organizados em todo o país desde quarta-feira, 19 de março", escreveu Fries em uma carta enviada ao secretário-geral da Presidência turca, Hakki Susmaz.
O presidente desta agência internacional com sede em Paris explicou que o fotógrafo cobre há dez anos a atualidade turca, como os comícios do presidente Recep Tayyip Erdogan, e que, desde o início dos protestos, tirou "187 fotos", que atestam seu trabalho.
"Sua prisão é inaceitável, por isso peço que intervenha o quanto antes para conseguir a rápida libertação do nosso jornalista", cujo "valor profissional é reconhecido em todo o mundo", acrescentou.
Akgü foi detido nas primeiras horas da segunda-feira, em casa, no âmbito de uma operação na qual foram detidos dez jornalistas, que cobriram os protestos desencadeados pela detenção do prefeito opositor de Istambul, Ekrem Imamoglu, e proibidos pelas autoridades.
Um tribunal de Istambul ordenou, neta terça-feira, a prisão provisória de sete, entre eles o fotógrafo da AFP, cujo assessor legal anunciou sua intenção de apelar. Os outros três jornalistas continuavam aguardando uma decisão, segundo a ONG turca MLSA.
A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) também denunciou o que chamou de uma "decisão escandalosa, [que] reflete uma situação muito grave em curso na Turquia". O Sindicato de Jornalistas da Turquia (TGS) criticou uma "decisão ilegal".
No total, 1.418 pessoas acusadas de participar em manifestações proibidas foram presas desde 19 de março, segundo as autoridades turcas.
* AFP