A Rússia reivindicou, nesta sexta-feira (7), a captura da cidade mineradora de Toretsk, uma posição-chave no leste da Ucrânia, após meses de combates.
A Ucrânia negou que as tropas russas estejam no controle da cidade, que está localizada na província de Donetsk e tinha uma população de cerca de 30 mil habitantes antes da invasão russa há três anos.
O Kremlin vem ganhando terreno há mais de um ano nessa província industrial, onde tomou dezenas de cidades e vilarejos, a maioria deles abandonados.
O controle de Toretsk permitirá que as tropas russas impeçam o abastecimento do Exército ucraniano e avancem ainda mais para o norte, segundo analistas militares.
Toretsk, conhecido como Dzerzhinsk em russo, é o maior assentamento que Moscou afirma ter capturado desde a tomada de Avdiivka no final de fevereiro de 2024, há quase um ano.
"As operações ofensivas (...) permitiram libertar a cidade de Dzerzhinsk", disse o Ministério da Defesa russo.
Um assessor de imprensa da 28ª brigada ucraniana, que estava lutando pelo controle de Toretsk, informou, no entanto, que as forças ucranianas ainda mantêm posições nos arredores da cidade.
Toretsk tem sido alvo de ataques russos desde o verão passado, quando jornalistas da AFP visitaram o local e viram esta localidade devastada pelos combates no final de julho de 2024.
- Negociações? -
Blogueiros militares russos comemoraram a notícia, afirmando que a tomada deste local representa um passo importante para controlar o restante da província.
"Desculpe-me, mas precisamos de negociações neste ritmo?", questionou o correspondente militar russo Alexander Kots, em referência a possíveis conversas entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para um cessar-fogo na ex-república soviética.
O controle de Donetsk é um dos objetivos declarados do presidente russo Vladimir Putin, que tomou o controle do Donbass, a província no leste da Ucrânia que inclui as unidades administrativas de Donetsk e Luhansk, uma "prioridade" desde que a declarou território russo em 2022.
Toretsk e a cidade sitiada de Chasiv Yar, menos de 20 quilômetros ao norte, são duas das últimas áreas urbanas que impedem o avanço da Rússia na província, de acordo com blogueiros militares russos.
Pouco antes do anúncio russo, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia publicou no X uma foto dos edifícios destruídos.
"Já foi a casa de alguém. Um lugar onde as pessoas viviam, riam e construíam seu futuro. Hoje são apenas ruínas", escreveu.
Trump, que assumiu o governo americano em janeiro, prometeu encerrar o conflito "em 24 horas" e pediu um "cessar-fogo imediato". Mas a intensidade dos confrontos não diminuiu.
Pelo menos três pessoas foram mortas no início da manhã de sexta-feira em um bombardeio russo na província fronteiriça de Sumy, segundo promotores.
Do outro lado da fronteira, na província russa de Kursk, os moradores encurralados pela ofensiva terrestre da Ucrânia em agosto estão cada vez mais insatisfeitos.
Kiev afirmou na quinta-feira que estava pronta para abrir um corredor humanitário para permitir que os cidadãos russos saíssem desta área de fronteira, caso Moscou solicitasse.
* AFP