O presidente interino da Síria, Ahmed al Sharaa, disse nesta segunda-feira (3), em entrevista de TV pré-gravada, que a organização de eleições no país levará "entre quatro e cinco anos", devido ao trabalho necessário para prepará-las.
Sharaa prometeu "uma lei que regule os partidos políticos" e disse que a Síria poderia ser "uma república, com um parlamento e um governo executivo".
O presidente interino também mencionou "os instrumentos tecnológicos de que o Estado necessita" para realizar censos e "ter estatísticas confiáveis e claras", em um país onde o conflito já deixou mais de meio milhão de mortos e deslocou e forçou milhões de pessoas a se exilarem.
"Já me disseram muitas vezes: 'Organize eleições e votaremos em você'. Para mim, isso não é importante, e sim que o processo seja feito corretamente", comentou Sharaa, um ex-combatente jihadista e chefe do grupo islamita radical sunita Hayat Tahrir al Sham (HTS), considerado terrorista pelos países ocidentais.
Foi Sharaa que liderou a coalizão de grupos islamitas rebeldes que derrubou Bashar al Assad em dezembro e tomou o controle de uma ampla parte do terrritório sírio. Apoiado por Turquia, Arábia Saudita e Catar, ele foi nomeado presidente interino por um período indeterminado, após uma reunião de sua coalizão de grupos armados.
* AFP