A Autoridade Palestina acusou Israel, nesta segunda-feira (3), de "limpeza étnica" na Cisjordânia ocupada, área que administra parcialmente e onde o Exército israelense realiza incursões mortais há várias semanas.
Desde o início do ano, 70 palestinos, incluindo 10 crianças, foram "mortos pela ocupação israelense" na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, indicou o Ministério da Saúde palestino em comunicado.
De acordo com esta fonte, 38 pessoas foram mortas somente na província de Jenin, no norte do país, onde está em curso uma grande operação militar israelense.
O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, citado pela agência de notícias palestina Wafa, denunciou que as incursões buscam "implementar planos para deslocamento forçado e limpeza étnica".
O porta-voz pediu ao governo dos Estados Unidos que "intervenha (...) antes que seja tarde demais".
Segundo ele, a violência contínua poderia levar a "uma explosão incontrolável da situação, pela qual todos nós pagaríamos o preço".
Israel realizou uma grande operação militar no norte da Cisjordânia no domingo, durante a qual vários edifícios foram destruídos, de acordo com o Exército israelense, que afirmou ter matado mais de 50 "terroristas" neste território desde 14 de janeiro.
As forças israelenses lançaram uma operação em Jenin em 21 de janeiro contra combatentes palestinos afiliados ao Hamas e à Jihad Islâmica.
"O povo palestino não aceitará nenhum plano de deslocamento forçado", acrescentou a presidência palestina, referindo-se à proposta do presidente americano, Donald Trump, de transferir os palestinos de Gaza para locais "mais seguros".
Seus comentários provocaram uma onda de indignação internacional.
* AFP