Os incêndios florestais que atingem a Patagônia argentina desde dezembro e mobilizam centenas de bombeiros cobriam nesta quinta-feira (6) uma superfície de mais de 25 mil hectares, segundo relatórios oficiais.
O coordenador da campanha Florestas do Greenpeace Argentina, Hernán Giardini, advertiu que esta é uma das temporadas de maior perda florestal em muito tempo. Os incêndios deixaram um morto e uma centena de casas queimadas na semana passada em uma área equivalente à superfície da cidade de Buenos Aires.
"Tudo apontava para um verão complicado", disse Giardini, ao explicar que se previa há meses uma temporada "com muitos dias de temperaturas elevadas e muito vento", somados a um período de seca na região devido ao fenômeno climático La Niña.
Uma das áreas mais prejudicadas pelas condições meteorológicas adversas é o Vale Magdalena, no Parque Nacional Lanín, em Neuquén, onde mais de 5.000 hectares de floresta foram afetados, em um parque de 216.000 hectares.
A Coordenação Única de Operações (CUO) acionou ontem o alerta vermelho, para convocar bombeiros do centro do país a auxiliar os brigadistas já mobilizados com os focos em Neuquén, que não exigiram evacuações.
No Parque Nacional Nahuel Huapi, localizado entre as províncias de Neuquén e Rio Negro, os incêndios começaram no fim de dezembro, com mais de 10.700 hectares comprometidos. "Essas florestas terão uma recuperação difícil, que pode levar 200 anos no Nahuel Huapi ou no Lanín", disse Giardini.
No sul de Rio Negro, dois focos permanecem "bastante ativos" em El Bolsón, informou hoje ao canal LN+ o chefe da operação de combate ao fogo, Ariel Pérez. Já em Chubut permanecem ativos dois focos iniciados no mês passado.
Os governadores das províncias de Chubut e Rio Negro afirmaram que a maioria dos incêndios foi intencional.
* AFP