Pelo menos 51 pessoas foram mortas por homens armados filiados à milícia Codéco no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), uma região onde a violência comunitária é recorrente, informaram fontes locais e humanitárias nesta terça-feira (11).
Na segunda-feira, milicianos da Codéco (Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo) "mataram 51 pessoas", em sua maioria civis deslocados, em três localidades vizinhas na província de Ituri, disse à AFP Jules Tsuba, presidente da sociedade civil do território de Djugu, nesta região.
"É um balanço provisório porque as buscas continuam. Quarenta e três casas foram incendiadas e outras vítimas foram queimadas dentro de suas casas. Há também uma dúzia de feridos", detalhou.
O número de mortos e as circunstâncias dos ataques, que ocorreram cerca de 80 quilômetros a nordeste de Bunia, a capital da província, foram confirmados por várias fontes humanitárias.
Os capacetes azuis da Missão das Nações Unidas na RDC (Monusco) tentaram intervir para evitar o massacre, de acordo com as mesmas fontes. Contatada pela AFP, a Monusco não reagiu até o momento.
"As Forças Armadas da República Democrática do Congo, junto com seus parceiros, intervieram e limitaram os danos", disse o porta-voz do Exército congolês para a província em uma mensagem à imprensa na terça-feira.
A Codéco alega defender os interesses da comunidade Lendu, composta sobretudo por agricultores, contra a comunidade Hema, majoritariamente pecuarista.
O massacre de segunda-feira foi supostamente cometido em retaliação a um ataque da milícia Zaïre, que alega defender a comunidade Hema, a uma aldeia na mesma área no sábado, segundo fontes humanitárias.
* AFP