O governo espanhol do socialista Pedro Sánchez anunciou nesta terça-feira (11) que regularizará os migrantes afetados pelas inundações que deixaram 232 mortos no final de outubro na região de Valência, alguns dos quais estão em situação de "vulnerabilidade extrema".
A medida faz parte de um pacote de ações adotado nesta terça pelo Conselho de Ministros para "garantir segurança jurídica a todas as pessoas estrangeiras" que vivem nos municípios afetados pelas inundações, mas também a seus possíveis empregadores, segundo o Ministério de Inclusão e Migrações.
O mecanismo permitirá que as pessoas sem documentação que viviam nesses municípios no momento da tragédia obtenham uma "autorização de residência por circunstâncias excepcionais" por um ano, o que lhes permitirá "residir e trabalhar na Espanha", de acordo com o ministério.
As permissões serão estendidas para cinco anos aos familiares de pessoas estrangeiras que morreram durante as inundações.
Quando essas autorizações expirarem, os beneficiários poderão solicitar uma renovação.
Segundo o ministério, o pacote também prevê a renovação automática das permissões de residência para os estrangeiros das áreas afetadas que assim solicitarem, podendo ser rejeitada apenas por motivos de "ordem pública" e "segurança", acrescentou.
Cerca de 25.000 pessoas devem ser beneficiadas.
As medidas foram aplaudidas pelo responsável pela reconstrução da região de Valência, o general Francisco José Gan Pampols, que lembrou que as empresas nas localidades afetadas sofrem com falta de mão de obra.
As medidas também foram bem recebidas pelo sindicato Comisiones Obreras (CCOO), para quem "esses mecanismos excepcionais (...) permitirão que as pessoas migrantes acessem em igualdade de condições as ajudas" oferecidas pelo Estado às vítimas das inundações.
* AFP