Cerca de 200 observadores internacionais, incluindo delegados da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), vão supervisionar as eleições gerais de domingo (9) no Equador, onde os presidenciáveis Daniel Noboa e Luisa González alertam sobre possíveis tentativas de fraude.
Heraldo Muñoz, chefe da missão de observadores da OEA, se reuniu nesta sexta-feira na sede do governo em Quito com o presidente Noboa, no cargo desde novembro de 2023 após vencer as eleições antecipadas, e que busca um segundo mandato de quatro anos.
"Nosso objetivo é sermos imparciais, objetivos, rigorosos e ajudar na democracia", disse Muñoz, segundo declarações compartilhadas nesta sexta-feira pela Presidência equatoriana.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, as eleições contarão com a presença de cerca de 200 observadores internacionais pertencentes à OEA, UE, ao Parlamento do Mercosul, entre outros organismos, além do corpo diplomático acreditado no Equador.
Noboa, que venceu com o apoio de parte da direita e aplica uma economia neoliberal, denunciou possível fraude na quinta-feira durante o encerramento de sua campanha em Quito.
"Temos que estar muito vigilantes para que não tornem nossa vida ainda mais difícil com fraude eleitoral. Não podemos permitir isso", afirmou o presidente, um dos favoritos nas pesquisas.
Por sua vez, a esquerdista González, afilhada política do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), pediu na quinta-feira aos simpatizantes de seu movimento, Revolução Cidadã, que fiquem em alerta para garantir a transparência na apuração dos votos.
"Em cada uma das mesas (receptoras de votos) terá gente do Revolução Cidadã para cuidar do nosso voto, porque sabemos que a vitória é nossa", declarou González, que busca, pela segunda vez consecutiva, chegar ao poder após uma primeira disputa com Noboa no segundo turno de 2023.
No encerramento de sua campanha em Guayaquil (sudoeste), González pediu a seus seguidores que "denunciem" em caso de suspeita de fraude.
Cerca de 14 milhões dos quase 18 milhões de equatorianos foram convocados às urnas para eleger presidente e vice, 151 deputados e cinco parlamentares andinos para o período de 2025-2029.
Dezesseis candidatos integram a cédula presidencial, e os equatorianos votarão preocupados com a crise de segurança que atinge o país devido à violência das facções do narcotráfico que disputam o poder.
A taxa de homicídios subiu de de 6 por 100.000 habitantes em 2018 para 38/100.000 em 2024, passando pelo recorde de 47/100.000 em 2023.
Nos últimos anos, o Equador se tornou um alvo para as máfias do narcotráfico, que encontraram em seu território portos estratégicos para o envio de drogas para os Estados Unidos e Europa, uma economia dolarizada e instituições públicas permeáveis.
* AFP