A interrupção da ajuda internacional por parte dos Estados Unidos pode levar a 1.200 mortes maternas adicionais no Afeganistão até 2028, alertou a ONU nesta terça-feira (4).
Desde sua posse em 20 de janeiro, o presidente americano, Donald Trump, suspendeu a ajuda externa por três meses, com o objetivo de revisá-la completamente e eliminar programas que promovam a diversidade ou o acesso ao aborto.
Seu secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou algumas exceções, como Egito, Israel e a ajuda alimentar emergencial. No entanto, para a indignação de organizações humanitárias e governos estrangeiros, a lista foi expandida para incluir assistência humanitária essencial.
Em resposta à suspensão de quase todos os programas de ajuda externa dos EUA, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) foi forçado a interromper serviços que dependiam desses fundos.
No Afeganistão, uma mãe morre a cada duas horas por complicações evitáveis durante a gravidez, o que o torna um dos países com as maiores taxas de mortalidade materna do mundo, de acordo com o UNFPA.
Fundado em 1969, o UNFPA promove o acesso à saúde sexual e reprodutiva em mais de 150 países. Seu trabalho inclui a prevenção da gravidez na adolescência e o treinamento de milhares de profissionais de saúde, garantindo que pelo menos 90% dos partos sejam assistidos por profissionais capacitados.
Também facilita o acesso a métodos contraceptivos modernos para 20 milhões de mulheres todo ano e apoia a luta contra a mutilação genital feminina e o casamento infantil.
* AFP