O Ministério das Relações Exteriores da China pediu um diálogo com os Estados Unidos para solucionar as tensões comerciais entre as duas potências econômicas e expressou "firme oposição" às tarifas impostas por Donald Trump.
"A China expressa forte insatisfação e firme oposição" às tarifas impostas por Washington, disse o porta-voz diplomático Lin Jian, que pediu "um diálogo justo e mutuamente respeitoso".
Após a guerra comercial travada contra Pequim em seu primeiro mandato, Trump cumpriu esta semana a ameaça de impor tarifas adicionais aos produtos da China sob o pretexto de que o país está fomentando o tráfico de fentanil para os Estados Unidos.
Desde terça-feira (4), todas as importações da China para os Estados Unidos são submetidas a uma tarifa adicional de 10%.
O país asiático respondeu de maneira imediata e anunciou tarifas de 15% para o carvão e o gás natural liquefeito dos Estados Unidos, além de tarifas 10% sobre o petróleo, máquinas agrícolas e alguns veículos americanos.
Pequim também anunciou na terça-feira uma investigação contra o Google por violação das leis antimonopólio e a inclusão em uma lista de "entidades não confiáveis" de duas empresas americanas, incluindo o grupo PVH, proprietário de marcas de moda como Tommy Hilfiger e Calvin Klein.
"As medidas adotadas pela China são necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos", disse Lin. "Mas não há vencedores em uma guerra comercial ou tarifária", acrescentou.
O porta-voz do ministério também criticou o Serviço Postal dos Estados Unidos por suspender a entrada de pacotes provenientes da China.
Lin pediu aos Estados Unidos que "parem de politizar e instrumentalizar as questões econômicas e comerciais, e que parem de reprimir injustamente as empresas chinesas".
O presidente republicano também havia anunciado tarifas de 25% contra o México e o Canadá, alegando que não faziam o suficiente para conter a imigração ilegal e combater o narcotráfico.
Porém, na segunda-feira ele decretou uma suspensão de 30 dias da implementação das tarifas depois que os dois países vizinhos dos Estados Unidos se comprometeram a reforçar as fronteiras.
O Ministério das Relações Exteriores da China também comentou nesta quarta-feira a questão das drogas e rebateu a acusação de Trump de que o país alimenta o tráfico de fentanil.
"A China tem uma das políticas antidrogas mais duras do mundo", afirmou o porta-voz Lin Jian. "O fentanil é uma questão dos Estados Unidos, e suas causas estão dentro dos Estados Unidos", completou.
* AFP